O abacate engorda?

Quando se fala em abacate ainda surgem muitas dúvidas se o mesmo engorda e se deve ser incluído numa dieta alimentar saudável. Dissipe as suas dúvidas ao ler este artigo.

Quando falamos de emagrecimento, ou seja, de diminuição de massa gorda (IAC – percentagem de gordura – faça aqui o teste), existem alguns alimentos imediatamente rotulados como “permitidos” e “não permitidos”. Contudo, ao catalogarmos os alimentos desta forma tão generalista, corremos o risco de deixar para segundo plano a importância que o dia alimentar de cada pessoa representa.

É ainda comum fazer a ligação entre alimentos que apresentam um elevado teor de gordura e o aumento da massa gorda corporal. Mas será que é realmente assim?

O abacate engorda?

Atualmente, sabe-se que as gorduras não são todas iguais e, mais importante que a quantidade, é a sua qualidade. Podem ser classificadas em três grupos – gorduras saturadas, monoinsaturadas e polinsaturadas. A diferença reside na sua composição química que faz com que desempenhem diferentes funções no organismo.

O abacate é um alimento relativamente recente na mesa dos portugueses. Ao ser fonte de ómega-9 (gordura monoinsaturada), vitamina E e fito esteroides, auxilia a diminuição do colesterol-LDL sanguíneo (conhecido como o “mau colesterol”).

Por ser um alimento principalmente constituído por gordura e fibra, vai causar um atraso no esvaziamento gástrico. Ingerindo pequenas quantidades vai sentir-se mais saciado, ajudando no controlo do apetite e das quantidades de outros alimentos numa mesma refeição.

Se a sua preocupação é que esta gordura vá diretamente para a barriga, fique a saber que o abacate é fonte de glutationa, um antioxidante com propriedades anti-inflamatórias e que ajuda no controlo dos níveis de cortisol – hormona produzida pelo nosso organismo que promove a produção de gordura e a sua deposição na zona abdominal.

Além do mais, o abacate é praticamente isento de hidratos de carbono, razão pela qual não pode ser equiparado a outras peças de fruta. Não invoca, então, um aumento dos açúcares na corrente sanguínea nem oscilações na produção de insulina, pelo que não conduz a um aumento da síntese de gordura.

Se não come abacate por ser extremamente calórico, aconselhamos a que repense esta decisão. É importante lembrar que a ingestão de gordura não se traduz diretamente em alterações na corrente sanguínea uma vez que o organismo regula os níveis dos diferentes macronutrientes (hidratos de carbono, proteína e gorduras) de forma a fornecer adequadas e apropriadas fontes de energia aos seus tecidos.

A chave é incorporar na sua alimentação o abacate de forma moderada, mas inteligente. Pode utilizá-lo numa sandes, como substituto de outras fontes de gordura menos vantajosas como a manteiga/margarina, ou, então, em vez de juntar os molhos tradicionais à sua salada, utilize tiras de abacate ou pasta de abacate.

Ter uma dieta alimentar variada, equilibrando a ingestão calórica ao longo do dia é o ponto mais importante. Mais do que se preocupar em contar calorias preocupe-se, sim, em perceber o que está por detrás delas.

Fonte: Ana Brázia Santos, Catarina Morais dos Santos, Maria Lains – Nutricionistas da Equipa Eat Well Holmes Place Defensores de Chaves

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