Desidratação do idoso, cuidados especiais nas pessoas mais velhas, importância da hidratação

Os dados lançados pela associação portuguesa de dietistas são alarmantes: cerca de 30% da população idosa encontra-se desidratada. Estes são dados que revelam a falta de consciencialização e necessidade premente de actuarmos junto desta população.

No nosso país, o número de idosos começa a ultrapassar em larga escala o número de jovens. Muitos vivem sozinhos e descuram a sua alimentação e hidratação e por isso torna-se importante para os familiares e amigos reconhecerem sinais de desidratação, para que possam agir de imediato.

Água – um dos nutrientes mais importantes do organismo humano.
Durante o ciclo vital, a água vai sofrendo alterações da sua representatividade no organismo, contribuindo em cerca de 80% para a composição corporal do lactente, 70% para a do adulto e cerca de 50% para a pessoa idosa.

Em qualquer idade, a água tem um papel fulcral e intervém em várias funções orgânicas, entre as quais se destacam a respiração, digestão e distribuição dos nutrientes para as células, regulação da temperatura corporal, circulação, manutenção da pressão arterial, função cognitiva, manutenção de uma pele saudável, lubrificante das articulações (líquido sinovial) e prevenção de infeções urinárias.

A pessoa idosa, com as alterações fisiológicas decorrentes do processo de envelhecimento, apresenta uma composição corporal diferente da do adulto. A quantidade de água corporal, a massa muscular e a densidade mineral óssea diminuem, enquanto a massa gorda corporal aumenta e tende a redistribuir-se, acumulando-se a nível abdominal e diminuindo a nível dos membros. Devido a estas alterações, as necessidades nutricionais também apresentam alteração, sendo importante nesta faixa etária a ingestão hídrica, cálcio, vitamina D e vitamina B12.

desidratação idosos

Consoante a atividade diária, o organismo humano pode libertar entre 2L a 2,5L/dia. A pessoa idosa com baixa actividade física perde cerca de 2L/dia, através da respiração, suor, urina e fezes.

Em relação às necessidades hídricas, elas são de 2,7 a 3,7L/dia, consoante o sexo da pessoa, e incluem a ingestão e a água de composição dos alimentos. Por isso, o idoso deve consumir cerca de 8 copos de água diariamente.

A desidratação é causada por diversas situações: diminuição da sensação de sede, situações de doenças neurodegenerativas (doença de Alzheimer, de Parkinson, demência vascular, entre outras), utilização de fármacos diuréticos, utilização abusiva de laxantes, incontinência urinária, dificuldade na mobilidade, dificuldades de deglutição, problemas de visão e baixo consumo de alimentos.

Identificar os sinais de desidratação não é uma tarefa fácil, no entanto e para que seja mais fácil reconhecer o problema, os familiares devem saber quais são: sonolência excessiva, confusão mental, fraqueza, agitação psicomotora, indisposição, dores de cabeça, boca seca e saliva grossa ou com pouca saliva, choro sem lágrimas, diminuição da urina ou urina de cor forte, diminuição da pressão arterial, aumento da frequência cardiaca, tonturas, irritabilidade, perda de peso e aumento de infecções. Em casos extremos, a desidratação poderá levar à morte.

Como ajudar?

Mudar os hábitos em idade avançada não é uma tarefa fácil, no entanto as pessoas idosas, bem como os familiares, podem criar estratégias para que a ingestão hídrica não seja descorada e os hábitos não sejam muito alterados.

Para uma adequada ingestão hídrica deve eleger-se a água potável uma vez que não fornece energia ou nutrientes adicionais. Deverá ser ingerida sobretudo fora das refeições principais para evitar a sensação de saciedade precoce e permitir que a pessoa idosa ingira os alimentos e consequentemente os nutrientes que lhe são necessários.

Algumas dicas da Associação Portuguesa de Dietistas que têm resultado da melhor forma são: ao ver um programa televisivo, ingerir um copo de água nas pausas da emissão; marcar um horário e, caso haja necessidade, recorrer à utilização de um sinal sonoro para recordar a ingestão. Por fim, ingerir um copo de água sempre que higienizar as mãos.

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