Adeus, pelos! Depilação definitiva, como se livrar dos pelos para sempre.

Passar meses ou mesmo anos sem ter de se preocupar com a depilação é um sonho para qualquer mulher (e para cada vez mais homens também). As técnicas de eliminação de pelos a laser e a luz pulsada, se bem escolhidas e bem executadas, cumprem a promessa de um corpo livre de pelos por muito, muito tempo.

Muito embora os pelos tenham (ou tenham tido) uma função de proteção do nosso organismo proporcionando aquecimento ou funcionando como uma barreira para reter impurezas, a verdade é que, hoje em dia, na maior parte das sociedades modernas são indesejados.

Na realidade, esta preocupação com a eliminação dos pelos não é propriamente uma novidade: há relatos de técnicas de depilação rudimentares deste a Grécia e Roma Antigas e foi, ainda, no Antigo Egipto que se começou a utilizar a cera e a argila para acabar com os pelos, o que deu origem à técnica de depilação mais usada hoje em dia: arrancar o pelo com cera. Esta era até há pouco tempo a forma de eliminar o pelo durante mais tempo, mas com a chegada da luz pulsada e do laser aplicados à depilação, esses tempos já lá vão. Agora, ao invés de pretendermos eliminar os pelos durante um mês passámos ao desejo (e sobretudo à possibilidade!) de os eliminar por anos.

A depilação definitiva, embora assim seja chamada, não é realmente definitiva. Com o equipamento apropriado e o número de sessões necessárias consegue-se depilação definitiva da maioria dos pelos, mas também é verdade que “ao longo da nossa vida há sempre pelos que aparecem e outros que desaparecem, por isso, em intervalos variáveis – para algumas pessoas é de ano a ano, para outras pode ser apenas de 5 em 5 anos- convém fazer uma nova sessão para destruir os pelos que vão surgindo”, esclarece Miguel Andrade, cirurgião plástico da Clínica Faccia.

Frequentemente é colocada a questão de qual dos métodos de depilação de longa duração é mais eficaz: laser ou a luz pulsada? Acontece que a resposta a esta pergunta varia de pessoa para pessoa ou mesmo de parte do corpo para parte do corpo de uma mesma pessoa.

É um facto que, “em termos gerais, o laser (sobretudo o Alexandrite) é mais eficaz que a luz pulsada”, refere Miguel Andrade. No entanto, o cirurgião explica também que ” o método mais eficaz para cada caso depende do tipo de pelo e tipo de pele“, sendo que esta é uma opção técnica que não deve ser feita pelo cliente, mas antes pelo especialista, que, depois de determinar as características da pele e do pelo, decide o que será mais eficaz. Em termos genéricos, conta-nos Miguel Andrade, “o laser é mais eficaz em pelos mais escuros e mais espessos em peles mais claras” ao passo que a luz pulsada pode ser melhor opção para pelos claros.

Atuação do laser e que cuidados a ter:

Os métodos de depilação definitiva atuam utilizando a capacidade de captar luz existente na melanina dos pelos. Ao captar estar luz (do laser ou da luz pulsada) não só o pelo vai ser destruído, como também o folículo que o produz: e é esta a diferença entre as técnicas de curta duração e as definitivas: a cera elimina o pelo, mas o folículo permanece intacto, razão pela qual, em breve nascerá um novo pelo. O laser, através do pelo, consegue atingir o folículo, destruindo-o e garantindo a eliminação definitiva do pelo atingido. “A destruição do pelo e do folículo piloso acontece através da através da ação de uma energia com um dado comprimento de onda que causa desidratação do mesmo”, explica em mais pormenor Miguel Andrade.

Mas então porque razão são necessárias várias sessões (por norma entre três a sete) para eliminar todos os pelos de uma certa parte do corpo? A resposta está nas várias fases de vida do pelo. Todos os pelos têm um ciclo de vida que passa por três fases distintas: a anágena (crescimento), a catágena (intermediária) e a telógena (repouso). O laser elimina os pelos em todas as fases, no entanto, só consegue alcançar o folículo piloso dos pelos que estão em fase anágena. Nesta altura os pelos então mais próximos do folículo piloso, o que permite a sua destruição.

Naturalmente, que numa determinada zona a depilar, existem pelos em todas estas fases, razão pela qual, são necessárias várias sessões, até “apanhar” a fase anágena de todos os pelos da zona a tratar, eliminando-os definitivamente.

Os intervalo entre sessões tem, portanto, de ser estudado de acordo com o comportamento dos pelos, para que sejam necessárias o menor número de sessões possíveis até os eliminar por completo. Miguel Andrade refere este intervalo depende das pessoas e das zonas a tratar: “zonas anatómicas diferentes poderão necessitar de fazer sessões em intervalos diferentes, daí que não haja um intervalo rígido de tempo, mas sim um intervalo que deve ser adaptado ao comportamento do pelo.”

A depilação definitiva não tem contra-indicações, mas Miguel Andrade alerta que as grávidas e pessoas a tomar alguns tipos de medicação não devem fazer.

Por fim, é essencial que quem pensa em fazer este tipo de depilação escolha um sítio que ofereça acompanhamento médico, no qual lhe sejam explicados não só todos os efeitos secundários – pouco frequentes, mas possíveis –, como todas as precauções e cuidados que deve ter tanto antes como depois do tratamento. Dependendo da zona a tratar, do tipo de aparelho usado e do fototipo de cada um, há cuidados específicos relativos à exposição solar, hidratação da pele e métodos de remoção de pelo que podem ou não ser usados entre as sessões de tratamento.

Fonte: Miguel Andrade, cirurgião plástico e reconstrutivo, Clínica Faccia

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