Envelhecimento ativo: o que é?

Apesar do envelhecimento ser inevitável, uma parte do processo está nas nossas mãos: nas escolhas que fazemos, nos hábitos que temos e na forma como encaramos a vida e os outros à nossa volta. Saiba como pode fazer a sua parte para envelhecer com qualidade de vida.

A Organização Mundial de Saúde define envelhecimento ativo como “o processo de otimização de oportunidades para a saúde, participação e segurança, no sentido de aumentar a qualidade de vida durante o envelhecimento”, um conceito que deve ser compreendido no contexto da cultura e do género.

Mas, em termos práticos, o que quer isto dizer? O que podemos realmente fazer para envelhecer saudáveis? Gorjão Clara, médico internista, cardiologista, e especialista em geriatria resume estes comportamentos saudáveis seguindo as primeiras letras do abecedário: A, B, C, D, que é como quem diz: Atividade intelectual, Bom Humor, Cigarro, Dieta…

Vejamo-los um a um:

O “A” foca aquilo Gorjão Clara considera mais importante: a atividade intelectual. “Ninguém pode envelhecer com qualidade se se deteriorar do ponto de vista cognitivo, isto é, se perder a memória, o raciocínio lógico, a atenção, a concentração”, lembra o clínico.

E como é que se consegue manter uma atividade intelectual? Fazendo exercícios intelectuais ou tendo preocupações intelectuais. Exercitando a memória e treinando o cérebro . “Eu costumo dizer aos meus doente idosos que é bom ter uma pequena preocupação – não uma grande preocupação que nos deprima – mas uma pequena preocupação que nos obrigue a fazer contas, a contactar pessoas, a escrever papeis: a mobilizarmos ao nossos neurónios de maneira a que eles estejam ocupados a produzir soluções”.

E quando não temos preocupações, temos de inventar outras coisas, para treinar memória porque, hoje em dia a ciência médica já percebeu que, com a memória, é “use-a ou perde-a”.

O “B” tem a ver com o bom humor, com o ter em relação à vida uma atitude positiva. “Quando o idoso não consegue encarar o presente como um momento da vida que também tem encantos e vive na recordação do passado – de quando era novo e forte e bonito – provavelmente morre mais cedo, e tem muito menos qualidade de vida”. O geriatra refere mesmo que há uma relação entre o bom humor e as defesas imunológicas, sustentando que quem não luta contra a tristeza e depressão, está mais sujeito a infeções e até a cancros.

Vem depois o “C”, de cigarro. O tabaco é um tóxico e, quem quer envelhecer com qualidade não deve utilizar uma droga que destrói de uma maneira inexorável. “ É um tóxico terrível para todos os órgãos, e não só pelo risco de cancro, mas também de doença coronária, de acidente vascular cerebral (AVC)”, elucida Gorjão Clara. Em qualquer fase da vida é bom deixar de fumar e não deve haver o raciocínio – errado – de que na 3ª idade já não vale a pena.

A dica “D” também é essencial. Uma boa dieta: variada, fracionada -não fazendo só duas ou três refeições por dia e sim fazendo pequenas refeições com frequência – e, claro, evitando comida muito condimentada ou com muita gordura.

Convém sempre recordar que envelhecer não implica perder qualidade de vida, podemos envelhecer com dignidade, mas convém ser acompanhado por cuidados de saúde especiais.

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