O que é Feng Shui: a nossa saúde é influenciada pelos espaços?

Sabe o que é o Feng Shui? Sabe como funciona? Vamos falar disso…

A origem do termo é chinesa e a tradução literal é “vento” e “água”. O Feng Shui, pode ser definido como a arte de criar ambientes harmoniosos que deixem fluir uma energia positiva nos espaços, beneficiando assim quem neles habita.

A prática do Feng Shui, iniciada há mais de 5000 anos, esteve desde sempre ligada à Medicina Tradicional Chinesa e ao Chi Kung. A cultura chinesa sempre encarou o equilíbrio e a harmonia de um ponto de vista holístico, daí que além do trabalho sobre a energia do corpo e a energia da mente, se passou naturalmente para o estudo e trabalho sobre a energia dos espaços.

De resto, é até possível estabelecer um paralelismo entre o Feng Shui e a acupuntura, pois da mesma forma que o especialista em acupuntura diagnostica os bloqueios na circulação de energia no corpo e aplica agulhas para curar, desbloquear ou estimular a energia, assim o faz também o especialista de Feng Shui em relação aos espaços. Paula Moura, consultora em Feng Shui da Escola Nacional de Feng Shui, explica-nos que por meio de algumas técnicas é possível desbloquear o fluxo energético dos canais chamados meridianos: “Através de um estudo da planta e da observação de ambientes, o consultor deteta pontos de estagnação ou falta de energia, e através de alguns procedimentos consegue desbloquear, reajustar e até aumentar esses fluxos energéticos.”

O Feng Shui, de acordo com o que defendem os especialistas nesta disciplina, tem, portanto, imensas implicações no que toca à nossa saúde e bem-estar. Cláudia Machado de Castro, consultora em Feng Shui Tradicional, conta que através da introdução de elementos, cores e formas específicas é possível moldar a energia. “Ao encontrar a energia da saúde dentro da casa, é possível colocar nesse local materiais correspondentes ao elemento da natureza que a irá ativar e, da mesma forma, onde se encontra a energia da doença colocam-se elementos da natureza que a vão reduzir”, declara a consultora em Feng Shui Tradicional.

Paula Moura defende a ideia de que ao trabalhar o espaço, a qualidade de vida de quem neles vive aumenta.”Se, por um lado, o homem influência o exterior com a sua carga energética, por outro lado, também é influenciado energeticamente por este. Assim sendo, dependendo da condição, tanto a nível físico, emocional ou psicológico, o Feng Shui consegue ‘manipular'” os espaços para que estes consigam equilibrar o fluxo energético interior do homem”, defende.

 

Do senso comum às técnicas ancestrais

Muitos dos princípios de Feng Shui não são muito diferentes de algumas noções de senso comum que todos temos: não trabalhar em espaços mal iluminados, usar cores claras se o espaço é escuro, não trabalhar ou dormir numa divisão desarrumada, fazer limpezas frequentemente para dar ou deitar fora as coisas que já não usa há muito tempo.

No entanto, nem tudo é senso comum. Esta arte milenar implica o conhecimento de algumas técnicas também elas ancestrais. Cláudia Machado de Castro, explica que são três: as “8 Mansões”, que define a localização das energias benéficas e nocivas de carácter permanente, as “‘Estrelas Voadoras” através da qual se identifica a localização das energias benéficas e nocivas de carácter cíclico, e, finalmente, as formas interiores e exteriores ao imóvel.

A geobiologia também não é uma ciência estranha ao Feng Shui. Sendo uma ciência relativamente recente, também a sua origem é ancestral e o seu objetivo é a criação de espaços bióticos, ou seja, espaços aptos à vida, estuda por isso a influência das energias naturais (da terra) e artificiais (campos elétricos, de alta frequência, etc. criados pelo homem) sobre os seres humanos.

Paula Moura refere que a geobiologia é, pois, uma ferramenta à qual o Feng Shui cada vez mais tem vindo a recorrer. Esta ciência “identifica campos elétricos, a presença de água e malhas energéticas e todos estes fatores causam instabilidade na qualidade de vida do homem e criam alterações energéticas nos ambientes e nas pessoas que vivem nesses ambientes”, conclui Paula Moura.

Feng Shui da teoria à prática

O trabalho de avaliação e aplicação dos princípios do Feng Shui é sempre feito para um imóvel em concreto. Ainda assim, pedimos a Paula Moura para deixar algumas regras mais gerais que possam ser aplicadas em todas as casas, para que possa ter algumas noções de Feng Shui e, quem sabe, olhar a sua casa com outros olhos:

Portas

Como entra em sua casa? Utiliza a porta principal ou a das traseiras? Ao usar a das traseiras, estará colocar as rédeas da sua vida, nas mãos de outrem. Use sempre a sua porta principal. Seja a personagem principal da sua vida! Em que estado se encontra a sua porta? Range, empena frequentemente, não abre completamente, tem obstáculos diante da porta? Estes são sinais de que, na vida dos moradores, tudo parece ser difícil de ser alcançado. Não deixe a porta viver “empenada”, trate dela.

Escadas

Por vezes, mesmo em frente à porta, deparamo-nos com uma escada. Neste local, estas não são muito bem-vindas. Elas dividem a energia e podem escoá-la diretamente para o andar de cima. Como dividem a energia entre os pisos, pode gerar entre os moradores desentendimentos e discussões.

Caso verifique uma situação destas, colocar um tapete no chão junto à mesma ou algo que desacelere a energia é bem-vindo.

Janelas

As janelas estão energeticamente ligadas à nossa capacidade de ver claramente a vida. Por isso, tenha em atenção como é feito o acesso às janelas e às condições físicas das mesmas.

Arrumação e Organização

Genericamente, acumulação e desarrumação são manifestações que não nos permitem avanço, desenvolvimento ou conclusão de qualquer tipo de situações. Tudo parece estagnar. Se sentir que a sua vida é uma confusão, acaba por acumular “tralha”, espalha pilhas de sapatos e entulha os cabides com roupa até caírem…

Pelo contrário, se sente que é harmonioso e a fluir na vida, apresentar-nos-á um espaço desbloqueado e iluminado. Não acumule. Livre-se do que é velho, do que já não serve mais, do partido e do avariado. Deixe espaço para que novas situações possam entrar na sua vida.

Vigas e Pilares

As vigas são estruturas de pressão. Logo, quem permanecer debaixo delas, receberá essa interferência, sentirá “na pele” essa pressão. Estas podem gerar enfraquecimento do Chi físico e emocional e ameaçar a saúde das pessoas, bem como “pressionar” a carreira e o desenvolvimento de cada um. Já os pilares bloqueiam a nossa visão. Não permaneça muito tempo junto a estas estruturas e recorra sempre à sua imaginação para as disfarçar.

Camas e sofás

Nos quartos de dormir, a localização da cama é o fator mais importante. Tal como o sofá, a mesma deve estar sempre encostada a uma parede e ter sempre cabeceira. É a cabeceira que nos vai proporcionar o apoio necessário quando estivermos a fazer a reciclagem de energia sempre que dormimos. E é fundamental que assim seja, de forma a podermos transformar o nosso Chi pessoal.

Mas atenção, não use paredes meias com cozinhas e casas de banho, devido à existência de canos de água ou a passagem de fios elétricos que destabilizam o descanso. Aconselha-se camas assentes no chão. Beliches fazem, simbolicamente, as crianças andarem constantemente no “mundo da lua”.

Decoração no quarto

No quarto, os espelhos não são bem-vindos, pois aceleram a energia do espaço. Fotografias, no quarto do casal, só mesmo as do casal! Fortalece a relação e estimula a união. Usar objetos aos pares, também ajuda! No quarto das crianças, é estimulante usar cores alegres, desenvolve a criatividade, mas não exagere pois não queremos que se tornem hiperativas.

 

Fogão

O fogão está ligado à nossa capacidade de auto cura e à transformação de nossas emoções. É importante observar o seu comportamento. Este deve estar sempre a funcionar na perfeição. Mas mais importante é usá-lo! Se não se fizer uso desta poderosa ferramenta, o mesmo será dizer que facilmente colocamos a responsabilidade das nossas vidas nas mãos de outros. Outro cuidado a ter é evitar ter o fogão de costas para a porta de entrada da cozinha.

Os chineses acreditavam que o espirito não podia ser surpreendido quando estivesse a cozinhar.

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