Os seus olhos estão em forma?

Já ouviu falar em ginástica ocular?

Tal como qualquer outro músculo, os músculos dos nossos olhos também podem ser exercitados para se tornarem fortes e se manterem saudáveis.

Conheça os benefícios da ginástica ocular e os conselhos dos especialistas para exercitar a sua visão.

A palavra ginástica não nos é de todo estranha. Mas, se falarmos em ginástica ocular, sabe do que estamos a falar?

O que lhe vamos dizer pode parecer fora do comum, contudo, tal como o nome indica, referimos-nos a exercícios para os olhos. Não está familiarizado com o conceito? Nós explicamos.

Os olhos constituem uma parte importante do nosso corpo, por isso torna-se naturalmente essencial para nós cuidar bem deles. Apesar disso, nem sempre conseguimos evitar o aparecimento de problemas visuais.  Os nossos olhos estão constantemente a trabalhar e algumas das tarefas que lhes damos, como o estar ao computador, ver televisão ou ler durante longos períodos de tempo, são bastante cansativas para a visão.

Olhar para um ecrã de computador, por exemplo, reduz em quase um terço a frequência normal de pestanejar, fazendo com os olhos fiquem secos.

Obriga também o olho a ficar numa distância próxima por períodos prolongados, o que pode permitir que se manifestem eventuais situações subjacentes de desequilíbrio dos músculos oculomotores, como é o caso da insuficiência de convergência.

A oftalmologista Rita Couceiro explica-nos que este problema “consiste na dificuldade ou incapacidade dos olhos convergirem e funcionarem simultaneamente, quando a pessoa está a ler ou a fazer algum trabalho para perto”, ou seja, quando focamos um objeto que está perto, os nossos olhos naturalmente movimentam-se para dentro (convergem) para o fazer.

No entanto, nestes casos, os olhos têm uma forte tendência para se desviarem para fora, obrigando os músculos responsáveis por fazer o movimento de convergência (realinhar os olhos) a um esforço adicional, o que, segundo a oftalmologista, “pode originar sintomas como fadiga ocular, dores de cabeça, visão nublada, visão dupla e dificuldade de concentração”.

Ajuda da ginástica ocular

E é neste contexto que a ginástica ocular pode ser uma mais-valia para a saúde dos seus olhos. A realização de determinados movimentos oculares direcionados e repetitivos ajuda a reforçar a capacidade dos músculos extraoculares responsáveis pela convergência, levando-os a ultrapassar a dificuldade no movimento de aproximação dos olhos.

Este tipo de exercícios pretende não só resolver os sintomas associados ao esforço de convergência, mas principalmente assegurar que ambos os olhos são utilizados ao mesmo tempo na visão ao perto (visão binocular), de forma a obtermos uma imagem focada e com perceção de profundidade.

Ginástica ocular – Um programa à medida dos seus olhos

De acordo com Rita Couceiro, a ginástica ocular “está indicada e tem resultados comprovados apenas em situações de insuficiência de convergência ou em alguns tipos de estrabismos, como a exotropia intermitente [o tipo mais frequente de estrabismo divergente]”.

E, tal como o tratamento de qualquer outro problema de saúde, há que contactar um especialista, neste caso o oftalmologista, que, após avaliação médica e com o apoio de um técnico de ortóptica, irá delinear o seu programa de exercícios. “O tipo, frequência e duração dos exercícios deve ser moldado a cada doente e a cada situação. Geralmente podem ser recomendados esquemas de 10 repetições, 3 a 4 vezes por dia”, revela a oftalmologista.

Foque a ponta do lápis…

Os exercícios de convergência dos olhos são relativamente simples. O mais comum, segundo a oftalmologista Rita Couceiro, é o exercício de convergência com um lápis e pode ser realizado em casa pelo doente.

A oftalmologista explica-nos, passo a passo, no que consiste este exercício e como deve ser realizado:

1 – Com o braço esticado, o doente deve segurar um lápis verticalmente de forma a que a ponta esteja ao nível do seu nariz;

2 – Aproxime progressivamente o lápis, procurando focar sempre a ponta;

3 – Quando a imagem começar a aparecer duplicada, recue ligeiramente, recomeçando a aproximação de forma mais lenta;

4 – Quando percecionar novamente as duas imagens, deve parar e tentar juntá-las.

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E quem não tem problemas de visão?

Apesar de não existirem dados científicos que comprovem os benefícios da ginástica ocular no combate à fadiga visual, já existem programas de exercícios de relaxamento ocular, também chamados de Ioga ocular – sim, os seus olhos também podem ser zen -, recomendados para quem não apresenta nenhum problema de visão.

Rui Correia, optometrista e presidente da Associação Nacional dos Ópticos (ANO), diz-nos que “estes programas de exercícios visuais contribuem para evitar futuros problemas de visão e manter a saúde visual”. Mas atenção, este tipo de exercícios não substitui uma consulta com um oftalmologista.

Proporcionam sim, através de diferentes técnicas, o alívio da fadiga ocular, o relaxamento dos músculos oculares e a estimulação do fluxo sanguíneo, fornecendo o oxigénio e os nutrientes vitais para a saúde dos seus olhos.

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