Saúde e tecnologia: os ecrãs, telemóveis e micro-ondas fazem mal?

A relação entre tecnologia e saúde tem sido uma faca de dois gumes. Veja aqui quais as verdades e mentiras sobre três dos aparelhos que nos rodeiam: os ecrãs, os telemóveis e os micro-ondas.

Por um lado, tem sido a tecnologia que tem possibilitado todo um mundo de possibilidades ao serviço de médicos e pacientes, por exemplo, com a invenção da ressonância magnética ou com a hipótese da cirurgia guiada por computador. Por outro, por cada novo aparelho que surge no nosso dia-a-dia, correm mil rumores sobre o quanto prejudica nossa saúde. No centro da polémica estão os ecrãs, os telemóveis e os micro-ondas sobre os quais existem muitos mitos. Informa-se aqui sobre verdades e mentiras.

Os ecrãs de computador fazem mal aos nossos olhos?

Quantas vezes não lhe disse já a sua mãe: “não estejas tanto tempo em frente ao computador que dás cabo dos olhos!” Será que a sua mãe tem razão ou nem por isso?

É um facto que os ecrãs de computador emitem radiações durante o seu funcionamento, mas aparentemente são produzidas em quantidades muito pequenas para se tornarem prejudiciais para a visão. É também um facto que há ecrãs que emitem menos radiação electromagnética – os chamados ecrãs planos (igualmente menos consumidores de energia).

De acordo com a Sociedade Portuguesa de Oftalmologia (SPO), apesar do assunto ser muito estudado “não surgiram evidências científicas de que os terminais de vídeo dos computadores (ecrãs) sejam prejudiciais para os olhos”.
Mas e então as queixas que por vezes surgem após muito tempo de trabalho ao computador como dores de cabeça e fadiga ocular? Ainda de acordo com a SPO, terão muito provavelmente como causa alterações dos próprios olhos ou inclusivamente questões relacionadas com o local de trabalho. Assim, quando existem estas queixas, a recomendação da SPO é ir ao oftalmologista para avaliar se tem doenças oculares que possam originar esses sintomas e, ao mesmo tempo, ter aprender mais sobre saúde ocupacional e ergonomia para melhorar a sua relação com o ambiente de trabalho.

Saúde e tecnologia

Relativamente à fadiga ocular, há dicas simples e práticas que podem resolver o problema. Entre os conselhos básicos de muitas instituições, entre elas a Direcção-Geral da Saúde (DGS) e a Prevent Blindness, estão os seguintes:

– Coloque o ecrã a cerca de 50 ou 60 centímetros dos olhos;

– Use uma cadeira que seja ajustável em altura, de forma a ficar com os olhos alinhados com a parte superior do ecrã. Ficar a olhar para baixo ou para cima pode originar contraturas musculares, que são também responsáveis por dores de cabeça;

– Regule o brilho e o contraste de forma a que a iluminação do ecrã não seja tão forte.  – Evite os reflexos de luzes ou janelas no monitor que vão prejudicar a leitura e fazê-lo esforçar os olhos.

– Faça pausas de 5 a 10 minutos por cada hora e meia de trabalho contínuo com ecrãs.

Em suma, o ecrã em si e a radiação que este emite não prejudica em nada a visão, no entanto, a utilização, hábitos e comportamentos menos adequados podem, de facto, causar fadiga e desconforto ocular. Em caso de dúvida, o melhor é mesmo consultar o seu oftalmologista que, além de realizar um exame para avaliar a sua visão, pode ainda dar-lhe conselhos úteis sobre como preservar a saúde dos seus olhos e o seu bem-estar.

 

A comida feita ou aquecida no micro-ondas é prejudicial?

Primeira questão importante a entender: o que é um microondas? Ou seja, como funciona? As micro-ondas – que dão o nome ao aparelho – são ondas de radiofrequência usadas também para a emissão televisiva e para o funcionamento de radares e telecomunicações, incluindo os telemóveis. O que acontece é que ao passo que, por exemplo, os materiais metálicos refletem as micro-ondas, os materiais que contêm água – como é o caso dos alimentos e dos líquidos – absorvem a energia das microondas, a qual é convertida em calor, aquecendo ou cozinhando os alimentos.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) esclarece que os alimentos cozinhados num forno de micro-ondas são tão seguros – e têm o mesmo valor nutritivo – que os alimentos cozinhados num forno tradicional e que o mito de que os alimentos cozinhados ou aquecidos no micro-ondas se tornam radioativos não passa disso mesmo, um mito.

Atualizado a:

você pode gostar também