Mitos sobre alimentação, efeito yo-yo nas dietas

A área da nutrição está carregada de mitos acerca do que comer, do que não comer, em que quantidades, dos horários e sobretudo do que engorda. Depois de falar com os nutricionistas Rui Jorge e Lillian Barros, chegamos à conclusão que, além de quase todos estes mitos serem falsos, podem também ser perigosos.

Ainda existem demasiados mitos sobre alimentação, podendo estes inclusivamente afetar de forma negativa a saúde daqueles que neles acreditam cegamente”, alerta Rui Jorge.

O nutricionista dá desde logo três exemplos que ouviu em consulta no próprio dia em que falou conosco e que são frequentes: “estou a tentar emagrecer e por isso não como nada após as 17h00”, “o melão engorda muito” e “a restrição de hidratos de carbono é a melhor forma de emagrecer”. Mito, mito e mito. Como explica o nutricionista, não se comer após as “x” horas (que tem muitas variantes: 16h, 17h, 18h) é absolutamente falso, não existindo nenhuma hora após a qual é proibido comer; quanto ao melão possui apenas cerca de 27 calorias (kcal) por cada 100 gramas; e no que toca às dietas para perder peso com elevada restrição de hidratos de carbono, estas não possuem sustentação científica de longo prazo, indiciando inclusivamente potenciais prejuízos para a saúde de quem as segue. Isto só para começar.

Hoje em dia há uma imensidão de informação, sobretudo online, sobre dietas, propriedades dos alimentos, hábitos e comportamento alimentares. Mas, como alerta a nutricionista Lillian Barros, além de entre todo este excesso de informação ser fácil encontrar conselhos contraditórios, muitas vezes, os conteúdos não têm base científica.

“Quando tentamos encontrar informações sobre nutrição, e sobretudo sobre dietas, existe de tudo um pouco e para todos os gostos. É um tema mediático e, portanto, todos querem ter uma opinião”, afirma a nutricionista que defende que neste caso, como noutros, quantidade não quer dizer qualidade, pelo que é importante que quem se interessa pelo tema tenha a certeza de que se trata de informação credível passada por profissionais da área.

Lillian Barros admite, no entanto, que “é verdade que já temos uma população mais alertada e consciente para os benefícios de uma alimentação saudável e da manutenção de um peso adequado. E esta consciência é o primeiro passo para a alteração dos hábitos pessoais e familiares.” Mas o passo seguinte tem de ser fazê-lo sob a orientação de um profissional credenciado e para alcançar os objetivos desejados de uma forma equilibrada e acima de tudo permanente – sem o efeito yo-yo.

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