Padel, o jogo de raquetes que veio para ficar

A partida disputa-se com bola e raquete, mas não se trata de ténis, pingue-pongue ou tão pouco badminton. Padel é a modalidade que tem vindo a contagiar cada vez mais portugueses.

Quem joga garante que tem tanto de divertido como de viciante. É fácil de aprender, mesmo para quem nunca fez desporto, pode ser praticado em família, entre amigos ou desconhecidos e até à madrugada. Para muitos, o padel é considerado “primo” do ténis, mas a verdade é que, apesar das semelhanças – a pontuação, por exemplo, é idêntica –, esta recente moda dos jogos com raquete tem regras e uma essência muito própria.

É jogado em equipas de dois contra dois, num campo mais pequeno do que o habitual court de ténis – 20 metros de comprimento por 10 de largura –, dividido por uma rede e com paredes de vidro. Vidro? Sim, não pense, caro leitor, que nos enganámos. É nestas paredes que a bola deve bater depois de tocar no chão. Ou seja, os jogadores, ou padelistas como se chamam os praticantes desta atividade, utilizam o vidro para recolocar a bola em jogo e devolvê-la ao campo do par adversário. São também estes vidros que conferem à bola efeitos tão loucos como imprevisíveis, dando mais emoção e dinâmica ao jogo.

padel

E se as paredes envidraçadas são a maior novidade nesta modalidade, também são o maior desafio. Que o diga João Afonso, praticante de padel há 3 anos. “A maior dificuldade que se tem, quan¬do se começa a praticar, é a coordenação a dois e a utilização dos vidros. Depois, vamos aprendendo os truques do jogo e o que inicialmente era uma dificuldade ou desafio torna-se uma vantagem”, diz sobre uma atividade que começa por ser um verdadeiro “quebra-cabeças” para os iniciantes de padel, mas que rapidamente se transforma num divertido e viciante desafio.

Quem experimenta costuma repetir a experiência e de forma regular. De acordo com a Federação Portuguesa de Padel (FPP), a percentagem de jogadores que continua a jogar depois da primeira vez é muito alta, rondando os 80 a 90 por cento. João faz parte desta percentagem. Conheceu o padel pela mãos de uns amigos que o convenceram a participar num jogo e ficou rendido à modalidade.

O professor de inglês não consegue explicar bem o porquê desta paixão à primeira vista sem cair nos argumentos geralmente dados por quem é adepto da modalidade: “é uma atividade altamente viciante, daquelas que quanto mais se joga mais se quer jogar. Para além disso, é praticada em equipa, é divertida, imprevisível – o efeito da bola, a força, o sítio onde toca no vidro pode mudar completamente a dinâmica do jogo –, e a adrenalina que nos faz sentir é fora de série”.

Padel- Um desporto fácil e acessível

Chegou a Portugal ainda na década de 90 mas foi nos últimos anos que o padel viveu um boom quase difícil de explicar, existindo já atletas portugueses a participar em competições internacionais. Segundo dados da FPP, hoje estima-se que haja mais de 7 mil praticantes de padel e mais de 100 campos espalhados por Portugal Continental e ilhas, conferindo ao nosso país o título do segundo país europeu com mais praticantes da modalidade (Espanha é o primeiro).

As razões para a “explosão” desta modalidade são as que João já explicou mas também o facto de ser um desporto com uma componente social muito forte, fácil e rápido de se aprender, e que não exige uma preparação física especial ou técnica rigorosa. Além disso, é uma atividade democrática e com uma grande abrangência etária: as equipas podem ser formadas por homens e mulheres, e as crianças podem jogar com os adultos. Estas são algumas das características que tornam o padel atrativo e que fazem dele um desporto para ser praticado em família.

Uma atividade física completa!

O padel é uma modalidade com benefícios em todo o organismo que, num nível competitivo, é tão exigente fisicamente como outros desportos de raquete e tem uma grande complexidade tática e estratégica. Entre os seus principais benefícios encontram-se:

– Aumento da condição física geral (agilidade, capacidades motoras, coordenação e equilíbrio);

– Equilíbrio entre força e fôlego;

– Fortalecimento dos músculos, sobretudo os dos braços;

– Combate o sedentarismo e a obesidade, contribuindo para um estilo de vida saudável;

– É um desporto social, propício ao convívio e à prática em família;

– Os níveis competitivos podem misturar-se.

Três anos depois de ter tido a primeira experiência no padel, João Afonso é hoje um praticante assíduo. “Jogo duas a três vezes por semana e sempre que posso levo a família ou amigos comigo”, conta. Contudo, de vez em quando, há alturas em que tem o campo reservado, o equipamento pronto a entrar em ação mas, devido a incompatibilidades horárias, não tem parceiros para jogar. O que faz nestas situações? “Vou às redes sociais, por exemplo, ao Facebook, onde existem vários grupos de padelistas que procuram parceiros para um jogo, e pergunto se há alguém interessado para uma partida, num determinado dia, hora e local”, diz-nos a sorrir. E a estratégia resulta? Parece que sim. Até à data, como nos confessou, João nunca teve de desmarcar uma partida por falta de parceiros de equipa.

Se está a pensar aderir à modalidade, saiba que, mais cedo ou mais tarde, terá de adquirir o material necessário (raquetes e bolas específicas para a atividade), mas para começar a jogar não precisa de ir a correr comprar o equipamento. A maioria dos clubes emprestam-lhe as raquetes – ou alugam-nas dependendo dos locais –, explicam-lhe as regras do jogo e até arranjam alguém para jogar consigo. Com o apoio de monitores especializados e jogando com alguma frequência, poderá evoluir bastante num curto espaço de tempo e participar nos torneios de clubes que costumam ser organizados.

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