Cancro Oral – Sinais e Sintomas

Os principais sintomas ou sinais de Cancro Oral que devem alertar para a necessidade de consultar o seu médico.

A realidade é que um dos problemas com o cancro Oral é o facto de os seus estadios mais precoces poderem passar completamente desapercebidos.

Visto não causarem dores nem alterações notórias e significativas no exame físico. A vantagem da visita regular ao seu médico é que em muitos casos ele pode detetar as alterações precursoras ou mesmo o cancro nas suas formas mais iniciais.

Por isso, ser feito um diagnóstico precoce é muito importante e, se bem que uma consulta anual com o seu médico seja fundamental. Em muitos casos acaba por ser o próprio doente o primeiro a notar algum tipo de sintoma ou alteração na sua boca ou garganta que implique um exame médico de imediato.

Os sinais ou sintomas mais comuns de cancro Oral são:

– Ferida ou úlcera na boca que não cicatriza em duas semanas.
– Nódulo ou espessamento na bochecha.
– Placa vermelha ou branca na cavidade oral.
– Dor ou sensação de corpo estranho na garganta.
– Dificuldade em mastigar ou engolir.
– Dificuldade em mexer a mandíbula ou a língua.
– Diminuição da sensibilidade em algum local da boca.
– Aumento de volume da gengiva que dificulte a adaptação da dentadura.
– Rouquidão persistente.

Diagnóstico de Cancro Oral

Cabe ao médico avaliar o significado dos sintomas e sinais, que podem ser comuns a outras patologias

Para isso o médico executa não só a inspeção da cavidade oral, mas também a palpação digital da mesma em busca de anomalias.

O exame implica ainda a realização de exame indireto da faringe e laringe e ainda a palpação do pescoço para despistar a existência de massas ou nódulos.

Após o exame físico, se forem encontradas quaisquer anomalias suspeitas, o médico pode ainda recomendar a realização de uma biópsia para a qual existem diversas técnicas dependendo da lesão.

O material recolhido na biópsia será então analisado por um patologista que determinará se existem células malignas ou não.

Nunca deve iniciar um tratamento sem a confirmação diagnóstica e sem a verificação do estadio da doença de Cancro Oral.

Para o estadiamento são usados exames genéricamente designados como exames de imagem: TAC, RMN e PET.

Quer a TAC quer a RMN são exames que permitem detalhar com grande precisão a morfologia das estruturas anatómicas e das estruturas doentes revestindo-se de grande importância para o cirurgião.

A PET funciona de forma ligeiramente diferente já que avalia a taxa de metabolismo das diferentes estruturas. Partindo do princípio que as células tumorais se dividem ativamente e que portanto possuem um metabolismo bastante acelerado, elas sobressaem em relação às estruturas normais tornando-se evidentes no exame.

Se o patologista que examina as células detetar uma lesão maligna, o médico que trata o doente vai precisar de saber deste modo a extensão da doença. Ou seja, determinar até que ponto a doença se disseminou e se envolve ou não outras áreas da cabeça e pescoço ou mesmo outros locais do corpo mais distantes.

Nesta altura dos acontecimentos, o médico também já saberá algumas características do tumor de modo a ter uma ideia da sua agressividade e assim corretamente delinear o tratamento.

A agressividade depende em larga medida do grau de diferenciação tumoral: um tumor bem diferenciado terá à partida um comportamento melhor que um tumor mal diferenciado.

Tratamento do cancro oral

Por norma o tratamento do cancro oral constitui uma abordagem multidisciplinar

Após ser estabelecido um diagnóstico definitivo e tendo sido avaliada a extensão da doença (estadiamento) pode ser delineada a estratégia terapêutica.

O tratamento do cancro oral constitui habitualmente uma abordagem multidisciplinar envolvendo esforços de cirurgiões, radioterapeutas, médicos oncologistas, estomatologistas, nutricionistas, terapeutas da fala e outros.

As modalidades terapêuticas curativas na atualidade são geralmente a cirurgia, a radioterapia associada ou não à quimioterapia, e esta última por si só numa fase mais avançada da doença.
Cirurgia

Os avanços na cirurgia têm permitido o tratamento de um número crescente de tumores. Atualmente tenta-se tratar os tumores com recurso a cirurgias menos invasivas preservando a estrutura normal da cavidade oral tanto quanto possível assim como a função.

A cirurgia oferece a maior probabilidade de cura para muitos destes doentes, principalmente para aqueles em que a doença ainda não se espalhou para outras partes do corpo.

Radioterapia

A radiação ionizante aplica energia que lesa ou destroi as células na área a ser tratada via alterações induzidas no ADN impedindo-as de continuarem a crescer.

Embora os estragos se estendam também às células normais estas, numa percentagem significativa de casos, continuam a ser capazes de se repararem e voltarem à sua função normal.

A radioterapia destina-se a tratar tumores sólidos localizados.

Antes do início da radioterapia é necessária uma sessão de planeamento em que se marca a posição do doente durante todo o tratamento assim como a área a ser tratada. É confecionada uma máscara que permite manter a cabeça do doente sempre na mesma posição nos dias subsequentes.

A dose total de radiações a aplicar no doente é dividida em pequenas frações que são administradas diariamente o que aumenta a tolerância dos tecidos às radiações.  Cada tratamento diário demora em média 10 a 15 min, a maior parte dos quais são gastos no posicionamento do doente.

Os tratamentos diários prolongam-se por várias semanas de modo a permitir a reparação dos tecidos normais após cada exposição às radiações e assim minimizar os efeitos permanentes.

Por outro lado a dose diária deve ser suficientemente elevada para destruir as células malignas ao mesmo tempo que poupa os tecidos normais.

Quimioterapia

Consiste, juntamente com as anteriores, numa das três principais formas de tratar o cancro. Baseia-se na utilização de medicamentos para destruir as células cancerosas ao interferirem com a capacidade destas crescerem.

A vantagem da quimioterapia em relação às duas terapêuticas anteriores é que ela permite atingir também as células que se possam ter espalhado no organismo (metástases).

Existem muitos tipos diferentes de drogas classificadas como agentes quimioterápicos e a escolha de uma ou de outra depende do tipo de cancro que estamos a tratar.

A quimioterapia atua de várias formas: pode por si só levar à morte das células malignas, diminui o risco de metastização, sensibiliza as células malignas para a radioterapia e reduz o tamanho de qualquer cancro antes de uma eventual cirurgia.

Factores de Risco do cancro oral

O segmento da população onde a incidência do cancro oral tem aumentado mais rapidamente é nos não fumadores com menos de 50 anos.

Tabaco

Os fumadores têm um maior risco de desenvolver cancro de cabeça e pescoço que os não fumadores.

Álcool

Os homens que consomem mais de 3 bebidas e as mulheres que consomem mais de 2 bebidas alcoólicas por dia têm um risco maior de desenvolver cancro de cabeça e pescoço.

HPV

A incidência do cancro da garganta está a aumentar devido a certos subtipos do vírus HPV (Papiloma Vírus Humano).

Próteses Dentárias

As próteses dentárias podem provocar traumatismo crónico na boca. Por vezes ficam mal adaptadas sendo necessário recorrer ao médico dentista.

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Informação importante:

Dados recentes mostram que o segmento da população onde a incidência do cancro oral tem aumentado mais rapidamente é nos não-fumadores com menos de 50 anos.

De igual forma se tem assistido a uma diminuição na incidência do cancro nas localizações geralmente atribuídas ao álcool e ao tabaco (parte anterior da boca) e a um aumento em localizações mais posteriores geralmente atribuídos ao HPV.

A verdade é que o cenário mais provável esteja relacionado com a acumulação de lesões provocadas pela simultaneidade de dois ou mais destes fatores: álcool, tabaco e infeção pelo HPV, sendo que o tabaco é o principal fator de risco nos indivíduos com mais de 50 anos (pelo menos 75% destes são fumadores).

Quando se combina o tabaco com o álcool o risco aumenta significativamente devido a um efeito sinergístico (risco 15 vezes superior). Pelo contrário o HPV não parece ter esta ação sinergística sendo possível que atue por outras vias.

Outros fatores de risco possíveis são:

  • a exposição a radiações,
  • infeções fúngicas e víricas,
  • predisposição genética,
  • outras ainda não bem documentadas como líquen plano (doença inflamatória da boca)

No entanto, é fundamental não cair em alarmismos porque mesmo a infeção por uma estirpe de alto risco do HPV não significa que se venha a ter cancro oral. Isto porque o sistema imune na maioria dos casos elimina a infeção antes do aparecimento do cancro.

Em contrapartida existem vários estudos que mostram que uma dieta rica em frutas e vegetais possa funcionar como protetora contra várias formas de cancro incluindo o oral.

Auto-Exame ao Espelho

Dirija-se ao seu espelho, e efectue os seguintes exercícios. Mas atenção que não dispensa a consulta com um médico de especialidade.

Em frente a um espelho, verifique se no seu rosto, pescoço e lábios, existem manchas ou feridas que não cicatrizem há mais de 15 dias. Verifique também, nos dois lados do pescoço, se há caroços duros, fixos e indolores.

Com a boca aberta, tire as próteses dentárias, puxe os lábios e verifique-os. Eles devem estar com aparência lisa e vermelha, sem manchas, feridas ou irritações.

Com a boca aberta, tire as próteses dentárias, puxe os lábios e verifique-os. Eles devem estar com aparência lisa e vermelha, sem manchas, feridas ou irritações.

Incline um pouco a cabeça para trás, sempre olhando para o espelho. Abra um pouco mais a boca, coloque a língua para fora, observe o céu da boca e, mais atrás, a entrada da garganta.

Ponha a língua para fora, observe em cima e em baixo. Com uma gaze ou um lenço, puxe a língua para os lados à procura de manchas brancas, feridas ou se há dificuldade de movimentações.

Observe ainda, securas exageradas na boca ou a presença de sangue na saliva.

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