Prevenir o contágio da gripe
Todos os invernos já sabe o que lhe espera: nariz a pingar, tosse, dores no corpo, febre. A gripe sazonal é presença assídua nesta altura do ano e propaga-se rapidamente. Mas não se preocupe. Há um conjunto de atitudes que podemos tomar para dificultar a sua transmissão e evitar contagiar aqueles que nos rodeiam. Descubra quais são.
A gripe é uma infeção respiratória aguda de curta duração, que se distingue da simples constipação (conheça as diferenças), e resulta do contágio pelo vírus influenza. Mas esta é uma doença conhecida desde a Antiguidade e, durante muito tempo, especulou-se sobre as suas causas. Sabia, por exemplo, que no século XVIII, os italianos atribuíam o seu aparecimento à influência dos astros, devido à associação de surtos e epidemias com determinadas épocas do ano? É por isso que a gripe é, muitas vezes, designada por influença ou influenza.
Altamente contagioso, o vírus da gripe “transmite-se de pessoa para pessoa através de gotículas libertadas quando se fala, tosse ou espirra. Os contactos mais próximos (a menos de um metro) com uma pessoa infetada podem representar, por isso, uma situação de risco”, revela-nos Soraia Almeida, infeciologista na Unidade Joaquim Urbano do Centro Hospitalar do Porto.
Mas esta não é a única via de transmissão. O contágio pode também verificar-se indiretamente “quando há contacto com gotículas ou outras secreções do nariz e da garganta de uma pessoa infetada, como por exemplo, através do contacto com maçanetas das portas ou superfícies de utilização pública”, acrescenta a infeciologista.
A partir do momento em que estão infetados com o vírus da gripe, os doentes podem contagiar as outras pessoas por um período até 7 dias. Contudo, é prudente considerar que mantêm a capacidade de infetar os que os rodeiam durante todo o tempo em que manifestarem sintomas.
E há uma razão para que, todos os anos, entre dezembro e fevereiro (pico da atividade gripal em Portugal), o vírus da gripe entre em ação e cause as suas mazelas. Raquel Guiomar, do Laboratório Nacional de Referência para o Vírus da Gripe e do departamento de doenças infeciosas do Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), diz-nos que a explicação reside, em parte, no facto “das condições ambientais de frio e de baixa humidade favorecerem a dispersão dos aerossóis e a sobrevivência do vírus em superfícies”.
Gestos simples e protetores para evitar contágios:
A acrescentar à vacinação, podemos e devemos realizar outras medidas para prevenir o contágio do vírus da gripe. As mais importantes passam pela evicção de “locais com grandes aglomerações de pessoas e pouco ventilados, a proximidade com pacientes que tenham o vírus da gripe e a adoção de medidas de higiene, isto é, lavagem frequente das mãos”, assegura Paula Valente.
Mas existem outras igualmente indicadas pela Direcção-Geral da Saúde, que as três especialistas relembram prontamente. São elas:
– Cubra a boca e o nariz quando espirrar ou tossir, usando um lenço de papel e nunca as mãos;
– Utilize lenços de papel uma única vez e coloque-os de imediato no lixo;
– Lave frequentemente as mãos com água e sabão, em especial após tossir ou espirrar;
– Use toalhetes descartáveis com soluções alcoólicas ou gel de base alcoólica.
– Evite tocar nos olhos, nariz e boca sem ter lavado as mãos porque o contacto destas com superfícies ou objetos contaminados é uma forma frequente de transmissão da doença;
– Limpe e desinfete com frequência as superfícies e objetos de contacto diário, como as maçanetas das portas, os corrimãos das escadas, as mesas ou copos. Evite também partilhar toalhas, loiças e objetos de uso pessoal.
Relativamente ao uso de máscaras, não está provada a sua eficácia na prevenção ou redução do contágio da gripe. Porém, no caso de doentes com sintomas de gripe , estas podem funcionar como uma barreira ao contágio, ajudando a reter as secreções respiratórias sempre que a pessoa tussa ou espirre.
Estas medidas procuram ensinar algumas condutas às pessoas para que possam evitar ao máximo uma contaminação viral e, caso sejam atingidos pelo vírus, possam responder o mais eficazmente possível, através da manutenção de um bom estado geral de saúde.
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