Importância da vitamina D

Quais os benefícios da vitamina D para o organismo humano.

Qual a importância da vitamina D para o organismo humano?

Muitas pessoas desconhecem ou desvalorizam a importância da vitamina D, isso tem que mudar na mentalidade das pessoas em geral. Vamos abordar os benefícios da vitamina D para o nosso organismo e quais as melhores formas de obter esta vitamina.

Um pouco de história relacionada com vitamina D:

Quando o historiador grego Heródoto foi a um campo de batalha onde os persas foram vencidos pelos egípcios em 526 a.C., percebeu que o esqueleto dos guerreiros persas era muito mais frágil do que o dos egípcios, podendo ter sido este um dos principais motivos para a derrota dos persas.

Os egípcios na sua ampla sabedoria, atribuíam essa diferença ao efeito da luz solar, à qual estavam expostos desde que nasciam. Já o povo persa tinham por hábito usar turbantes para se proteger do sol. Após 2500 anos, foram efetuadas pesquisas científicas que confirmam a explicação egípcia.

A deficiente formação óssea, doença comum da infância, tem como consequência ossos finos e mais quebradiços, além da deformação óssea do esqueleto, ficou designada como raquitismo. Sabe-se que o raquitismo era mais frequente em crianças nascidas nas cidades durante o período do Outono e Inverno.

A vitamina D demorou algum tempo para ser descoberta, porque foi confundida inicialmente com a vitamina A. A investigação do professor inglês, publicada em 1918, não continha explicação para a contribuição dos alimentos cárneos na prevenção do raquitismo, uma vez que esses alimentos não são fontes de vitamina A. Essa evidência acabou por vir a resultar em mais estudos. Um grupo de pesquisadores americanos veio a publicar, no ano 1922, a existência de outra vitamina diferente, que possuía propriedades muito específicas na regulação do metabolismo ósseo dos humanos.

Dessa altura em diante, já se fizeram mais experiências que vieram a comprovar a importância da luz solar na prevenção do raquitismo. Aproximadamente em 1930, a vitamina D foi isolada quimicamente e passou a ser denominada calciferol.

Mais tarde, no ano 1936, investigadores concluíram que o 7 – deidrocolesterol (uma pré-hormona natural encontrada na pele) se transformava em vitamina D quando a pele estava sujeita a irradiação ultravioleta. A explicação para este fato era plausível diante das primeiras evidências de Heródoto.

Mais recentemente, já no ano 1968, concluiram que a forma química metabolicamente activa no organismo era na verdade o 25-hidroxicolecalciferol. A partir dessa descoberta, outros compostos activos foram encontrados e documentados cientificamente.

Na atualidade está mais que provado que a vitamina D pode ser adquirida, pré-formada, tanto pela ingestão como pela exposição ao sol.

Cabe no entanto salientar que a vitamina D foi uma das maiores descobertas na área médica de todos os tempos. Estima-se que só na Europa, no ano 1900, aproximadamente 90% das crianças pequenas sofreram de raquitismo e que muitas delas morreram em consequência da deficiência de vitamina D.

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A vitamina D e o Metabolismo

Após ser ingerida, a absorção da vitamina D para o organismos, é feita juntamente com as gorduras do intestino, auxiliada pela bílis produzida pelo fígado. O transporte é feito na corrente sanguínea, através da proteína plasmática de ligação da vitamina D (PLD), seguindo até ao fígado.

Já no fígado, ela é transformada na sua forma activa, podendo ser depois armazenada no próprio fígado, na pele e nos ossos. Os precursores da vitamina D produzidos por leveduras, plantas (ergosterol) e animais (7-deidrocolesterol) são convertidos na pele em vitamina D pela exposição à luz ultravioleta (290-315 nm). Ela poderia ser chamada pró-hormona, tendo em conta que o seu composto activo é uma hormona.

Os seus precursores, vitamina D3 (colecalciferol) e vitamina D2 (ergocalciferol), são por sua vez armazenados na gordura corporal. A vitamina D (tanto D2 como D3) é metabolizada no fígado, onde é convertida na 1,25-hidroxivitamina D. Posteriormente, nos rins, esse composto é convertido na 1,25-hidroxivitamina D. A 1,25-hidroxivitamina D (calcitriol) é considerada o composto da vitamina D com função biológica activa.

Quais as funções da vitamina D

A vitamina D é muito importante para o crescimento e o desenvolvimento normais desde criança, além de ser importante na formação de dentes e ossos, esta vitamina é responsável pela indução da formação de proteínas que transportam cálcio e fósforo. Para além disso, a vitamina D tem um papel essencial na manutenção dos níveis sanguíneos de cálcio e fósforo, possibilitando a mineralização óssea.

Entre as diversas funções da vitamina D, podemos destacar a sua capacidade de incrementar a eficiência intestinal de absorção de cálcio e de mobilizar o armazenamento de cálcio do osso para manter a concentração sanguínea de cálcio e fósforo dentro da faixa fisiológica de normalidade. Assim sendo, a síntese da vitamina D é directamente controlada pelos níveis de cálcio e fósforo contidos no sangue.

Para além disso, a vitamina D quimicamente activa tem ainda outras funções a destacar, tais como:

1. Estimular a absorção do cálcio.
2. Estimular o sistema de transporte de fosfato no intestino.
3. Mobilizar o cálcio e o fosfato do osso para manter adequados os níveis sanguíneos de cálcio e fósforo.
4. Aumentar a reabsorção renal de cálcio e fosfato.

Fontes de vitamina D alimentares:

Estima-se que uma pessoa adulta normal obtenha suficiente vitamina D através da exposição à luz do sol e da ingestão eventual de pequenas quantidades dessa vitamina nos alimentos, como peixe, leite e cereais enriquecidos com vitamina D.

Esta vitamina pode encontrar-se em quantidades variáveis na manteiga, nata, gema de ovo e fígado. Os alimentos considerados como melhores fontes dietéticas são as gorduras de peixes como o salmão, o óleo de fígado de bacalhau, e alimentos enriquecidos como o leite de vaca. Ela é muito estável e as preparações ou os alimentos que a contêm podem ser aquecidos ou armazenados, durante longos períodos, sem deterioração.

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Quais os sintomas de deficiência da vitamina D

Os sintomas de carência da vitamina D incluem diversos problemas de saúde como o raquitismo em crianças, osteomalácia em adultos, fraqueza muscular, deformações no corpo, irritabilidade neuromuscular, que acaba muitas vezes por acarretar espasmos musculares, especialmente nas mãos, convulsões e tetania.

Raquitismo: a vitamina D é essencial na prevenção e no tratamento do raquitismo, que é uma doença relacionada com a malformação óssea devido à deficiência de fosfato de cálcio nos ossos, que se denomina como hidroxiapatia. Esta doença faz com que os ossos a não suportarem o stresse comum e os esforços aplicados regularmente sobre eles.

As pernas em arco, “peito de pombo” e uma elevação frontal do crânio são características muito comuns que são resultado da deficiência de vitamina D nas crianças. Sem o tratamento adequado, pode até resultar em morte devido ao enfraquecimento orgânico interno por colapso estrutural.

Há também um segundo tipo de raquitismo, designado como raquitismo hipofosfatémico, refractário à vitamina D. Esse tipo de raquitismo resulta de uma disfunção renal tubular. Pode ser considerado como um erro inato do metabolismo, o qual é determinado geneticamente.

Osteomalácia:  é uma espécie de “raquitismo” nas pessoas adultas. Os principais sinais são os ossos amolecidos, que acabam por provocar a deformação dos membros, coluna, tórax e pelve. Os sintomas resultantes deste problema de saúde são dores do tipo reumático e fraqueza generalizada. A osteomalácia é muitas vezes confundida com osteoporose, embora na realidade não se trate da mesma patologia e tenha formas de tratamento diferentes.

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Consequências do excesso de vitamina D

O consumo excessivo de vitamina D (acima de 5000-10000 UI/dia), é designado como hipervitaminose D. Tal como em tudo na vida, o que é demais é erro e o excesso desta vitamina pode provocar calcificações excessivas tanto nos ossos como nos tecidos moles (rins, pulmões e até tímpanos). Estas calcificações podem ajudar no desenvolvimento de cálculos renais e até surdez, dependendo do órgão afectado. No caso das crianças, o excesso de vitamina D pode acarretar transtornos gastrointestinais, fragilidade óssea, e até mesmo atraso mental e de crescimento.

Usos clínicos clínicos da vitamina D

É um fato que a vitamina D é muito útil para prevenir e tratar doenças ósseas. A vitamina D3 é uma vertente utilizada no tratamento de perturbações, como uma severa falência hepática, na qual a vitamina D não pode ser metabolizada.

A fórmula química activa da vitamina D e os seus análogos são usados no tratamento de problemas ósseos no metabolismo da vitamina D2, quer sejam congénitos quer adquiridos. Recentemente, foi comprovado que a vitamina D pode ser útil no tratamento da psoríase.

Estudos epidemiológicos recentes sugerem a existência de uma correlação entre o aumento da exposição à luz solar com o decréscimo do risco de cancro do cólon, cancro da mama e cancro da próstata. Até que ponto esse efeito protector é devido ao aumento da produção da vitamina D pela pele, permanece desconhecido.
A vitamina D3 é um potente agente que previne a proliferação de células normais e tumorais que possuem receptor para a vitamina D. Além disso é usado no tratamento da osteoporose, especialmente em pacientes que apresentam deficiência de cálcio.

Fonte: Désia Diego Quintaes
Nutricionista

Calcula-se que um adulto normal obtenha suficiente vitamina D através da exposição à luz solar e da ingestão eventual de pequenas quantidades dessa vitamina nos alimentos, como peixe, leite e cereais enriquecidos com vitamina D.

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