Prevenir o cancro da próstata

Quando falamos de próstata, estamos a falar de uma glândula masculina do tamanho de uma noz, localizada debaixo da bexiga, que circunda a parte superior da uretra e cuja secreção ajuda a formar o fluido seminal.

A American Cancer Society estima que cerca de 200 mil novos casos de cancro da próstata serão diagnosticados anualmente e que no mesmo período 31 500 homens morrerão deste tipo de cancro. Isso significa um diagnóstico cada três minutos e uma morte por cancro da próstata cada 13 minutos. A incidência de cancro da próstata é mais elevada entre os homens afro-americanos e poderá estar ligada aos níveis mais elevados da hormona masculina testosterona.

cancro da próstata

Para prevenir o cancro da próstata faça Rastreios Regulares
Os debates continuam entre os especialistas sobre os benefícios do teste de rastreio PSA (prostate-specific antigen – antígeno específico da próstata). Alguns médicos colocam algumas objecções, afirmando que leva a muitas biópsias desnecessárias e ao tratamento de um cancro que cresce muito devagar. Mas, desde 1991, quando o teste SPA se tornou predominante, os índices de morte por cancro da próstata baixaram 16% (embora tenha aumentado o número de cancros da próstata diagnosticados).

Se contrair a doença poderá ter uma esperança de vida normal, mas haverá um impacto adverso com complicações relacionadas com a doença que poderiam ter sido evitadas se tivesse havido um tratamento adequado mais cedo. A partir dos 50 anos, os homens devem fazer, anualmente, não só análises de sangue PSA mas também um exame rectal digital. Estes testes deveriam, também, ser feitos por homens mais jovens com elevado risco.

O seu médico de família poderá mandar fazer estes testes e mandá-lo a um urologista. Se tiver uma história familiar ou se pensar que poderá estar em risco, provavelmente será bom consultar um urologista para fazer os testes. É melhor não ejacular 48 horas antes do teste, pois isso poderá elevar os níveis de PSA. Como o exame rectal também pode fazer aumentar os níveis de PSA, vá fazer, primeiro, a análise ao sangue. Também foi sugerido que não deve andar de bicicleta antes do teste.

Muitos médicos mostram-se também bastante preocupados com os suplementos hormonais, tidos como “fonte da juventude” DHRA (dehidroepiandrosterona) e andro (androstenediona) e com a possibilidade de estes poderem aumentar o factor de risco de cancro da próstata quando aumentam os níveis de testosterona.

O Dr. Kozlowski aconselha os homens a falarem com o seu médico sobre os suplementos alimentares ou naturais comprados sem receita médica, para evitar ter de o consultar mais tarde, com as complicações que poderiam ter sido evitadas se tivessem sido mais francos logo de início.

Por norma os homens não são tão receptivos e conscienciosos como são as mulheres no que respeita aos testes e rastreio de rotina. Um dado que prova isso é o facto de 85% das mulheres com mais de 40 anos fazem mamografias (o teste de rastreio mais comum para o cancro da mama), enquanto só 30% dos homens com mais de 50 anos fazem o teste PSA.

O cancro da próstata é uma doença que atinge tantos homens e causa quase tantas mortes anualmente, como o faz o cancro da mama nas mulheres.
As esposas deviam incentivar os seus maridos a fazerem o rastreio do cancro da próstata – especialmente se eles não vão há muito tempo ao médico.

Factores de risco de cancro da próstata

A realidade é que todos os homens podem sofrer desta doença, contudo alguns factores aumentam a possibilidade de vir a sofrer de cancro da próstata, sobretudo a idade avançada e a história familiar desta doença.

Sinais de alarme a ter em conta:

É um facto que o cancro da próstata pode ser assintomático, ou seja, pode não apresentar sintomas e ser apenas detetado por elevação das análises do PSA, mas em situações de doença mais avançada pode apresentar sintomas em tudo semelhantes aos do aumento benigno da próstata que geralmente se verifica com a idade. Quando urina, esteja atento a estes sinais:

  • O jato urinário é cada vez mais fraco ou intermitente;
  • Sente dor ou ardência ao urinar;
  • Acorda várias vezes à noite com urgência de urinar;
  • Demora a iniciar a micção;
  • Depois de urinar, sente que a bexiga ainda não está vazia;
  • A urina inclui sangue.

Formas de diagnosticar o cancro na próstata:

  • Exame físico: Através do toque retal, o médico examina a zona afetada para detetar a existência de alguma área irregular e dura que possa indicar cancro;
  • Análise à urina: Avalia-se, através deste exame, se a urina tem sangue ou alguma infeção;
  • Análise ao sangue: Recolhe-se uma amostra de sangue para detetar níveis anormais de PSA (antígeno prostático específico), uma proteína produzida pela próstata;
  • Ecografia transretal: Através de uma sonda colocada no reto, é possível visualizar a próstata num monitor, em busca de anomalias;
  • Biopsia da próstata: Este é o único meio de confirmar o cancro da próstata. Consiste na extração e análise de parte do tecido do órgão.

Caso real de cancro na próstata:

A um senhor chamado Richard Sutera, de 51 anos, foi diagnosticado um cancro da próstata aos 46 anos de idade. Não há história de cancro da próstata na sua família, mas ele fez o primeiro teste aos 45 anos, depois de ter tido dores na parte inferior das costas e de ter notado sangue na urina. Pensando que tinha uma infecção urinária, consultou o seu médico de família (que inicialmente fez apenas o exame digital). Foi tratado com antibióticos por ter a próstata dilatada (hiperplasia benigna da próstata – HBP ou prostatite), uma condição não-cancerosa muito comum nos homens com mais de 40 anos.
Não havendo melhoras, os testes posteriores acusaram cancro. Por causa da sua experiência, acredita agora nos testes de rotina. “Um PSA elevado não significa, necessariamente, cancro, mas acho que os homens deveriam fazer esse teste aos 40 anos (definitivamente nunca depois dos 45),” diz Sutera.

Procure manter o seu Próprio Registo

Deve pedir ao seu urologista o resultado dos testes, incluindo qualquer indicação de percentagem. Registe-os, colocando a data dos testes (ou obtenha uma cópia dos testes propriamente ditos). Faça perguntas ao seu médico e peça testes adicionais se, com o passar do tempo, você (ou a sua esposa) notar aumento no seu nível de PSA, se sentir qualquer outro sintoma ou algo o preocupar.

Poderá o Cancro da Próstata Ser Evitado?

Como não sabemos exactamente o que causa o cancro da próstata, não sabemos o que o pode evitar. Contudo, de acordo com a American Cancer Society, as provas científicas existentes sugerem que, nos Estados Unidos, um terço das mortes anuais por cancro são devidas a factores alimentares. O tabagismo responde por outro terço. Embora a genética seja um factor, a hereditariedade não explica todas as ocorrências oncológicas. Por isso, para a maior parte dos americanos que não fumam, as “escolhas alimentares e a actividade física tornam-se nas determinantes modificáveis mais importantes do risco de cancro, a todos os níveis do seu desenvolvimento,” diz a American Cancer Society.

A Dra. Lynn Danford, uma nutricionista que trabalha com um urologista no Hospital Weiss Memorial, acredita que uma alimentação com baixo teor de gordura e baseada em vegetais poderá ajudar os homens que já foram sujeitos a tratamento, apressando a sua recuperação e abrandando o crescimento de quaisquer outras células cancerígenas. Acrescenta que a felicidade e a interacção social, tal como comer fora, jantar com amigos e festejar com alimentos, também promovem a saúde. “Como um aspecto de completo bem-estar,” diz ela, “não se deveria esperar de ninguém que antecipe o prazer que advém de comer.”

Tenho Cancro da Próstata! O Que Devo Fazer?

1. Seja optimista
O Dr. Kozlowski diz: “Quando o diagnóstico é feito, é importante que as esposas sejam uma influência calmante sobre os seus maridos e os ajudem a compreender que não é uma sentença de morte. Não requer uma decisão imediata. Normalmente há bastante tempo para se informarem mais sobre o problema, procurarem outras opiniões e tomarem uma decisão baseados naquilo que sentirem ser mais confortável em termos de estratégia de tratamento.”
O Allan manteve o seu sentido de humor e sentiu-se tocado por muitas pessoas que ofereceram as suas orações.

2. Faça o seu trabalho de casa
– Investigue as opções de tratamento.
Investigámos, metodicamente, sobre opções de tratamento, um esforço de equipa perfeito. Apercebendo–nos, rapidamente, que não estávamos sós, descobrimos muitos equívocos e mitos sobre o cancro da próstata. O Allan diz: “A maioria da literatura sobre a próstata não é esclarecedora, e quase todos os homens com quem falei não tinham qualquer noção de que a terapia hormonal é, na realidade, castração – seja ela química ou natural. Aqui está parte do que encontrámos.

– Muitos factores determinam a escolha do tratamento
Não há dois homens iguais; a melhor escolha para o seu amigo poderá não funcionar para si. Alguns dos factores determinantes a ter em consideração antes de tomar uma decisão no que respeita ao tratamento incluem idade, outros problemas médicos e o estágio e grau do cancro.

A possibilidade de impotência e incontinência como resultado do tratamento tem um grande peso para a maioria dos homens.

– Fale com outras pessoas; vá a grupos de apoio
Falar com outros que sofreram de cancro da próstata (especialmente no ambiente de um grupo de apoio) é uma forma excelente de obter novas informações e relatos, em primeira mão, dos vários tratamentos. Também poderá aprender o que evitar pelos erros cometidos por outros.

3. Ouça outras opiniões
É importante obter uma segunda opinião, sendo na realidade uma prática comum de um paciente responsável. Um estudo recente conclui que os especialistas recomendam marioritariamente a terapia que eles próprios fazem (JAMA, 28 Junho, 2000). A nossa experiência confirma isso. Consultámos tanto oncologistas como urologistas, e só um médico pareceu ser objectivo sobre várias opções de tratamentos adequados para o Allan.

Contudo, não se pressione a tomar uma decisão imediata. Um dos médicos encorajou vivamente o Allan a inscrever-se para um teste clínico. Depois de declinar, sentimo-nos pressionados a decidir imediatamente qual o tratamento a seguir. Esse não foi o hospital ou o médico que escolhemos finalmente, embora tivesse sido altamente recomendado. O Joe, do grupo de apoio, também se sentiu perturbado por uma experiência similar.
Também não se sinta obrigado a manter-se fiel ao seu/sua médico(a) actual, mesmo que seja seu amigo. Embora estivéssemos muito satisfeitos com o urologista do Allan, ainda quisemos uma pessoa mais qualificada (dentro das nossas posses) para os tratamentos.
Encontrámos, com sucesso, o nosso caminho através do labirinto de assuntos e informações e, depois de cuidadosas discussões, chegámos juntos à decisão quanto ao tratamento. Para o Allan foi uma prostatectomia radical.

Durante o Tratamento

O meu apoio durante o tratamento foi muito importante para o Allan que, compreensivelmente, estava muito ansioso. Fui com ele a todas as consultas preparatórias, onde foi explicado tudo o que deveríamos esperar durante e após a cirurgia e o que eu poderia fazer para ajudar.
Durante a sua operação fui informada sobre o que estava a acontecer em cada estágio e qual o resultado. Depois de uma operação bem sucedida, fiquei com ele no hospital as duas primeiras noites.

Depois do Tratamento e Para Além Disso

A paciência e um esforço contínuo fazem uma enorme diferença na convalescença. O Allan nota uma melhoria significativa quando faz os exercícios recomendados para apressar a recuperação. Desde o tratamento, todas as suas funções têm melhorado de forma estável. Siga as ordens do médico e não desanime; a recuperação leva o seu tempo.

1. Mantenha o sentido de humor
Seis semanas depois já conseguimos viajar para o México como fazemos todos os Invernos. Embora, para ele, tivesse sido mais difícil do que habitualmente, o ambiente calmo e relaxante ajudou a continuação da sua recuperação. Um dia, quando estacionámos o nosso jeep aberto, roubaram-nos o saco com os artigos do Allan para a incontinência (ainda necessários nessa altura). Rimo-nos ao pensar na surpresa dos ladrões ao abrirem o saco e verem o seu “tesouro”.

2. O apoio da esposa é importante
O humor também ajuda a dissipar a ansiedade e a depressão – um grande factor para muitos homens depois do tratamento. Muitos homens ficam preocupados com questões íntimas e com a sua capacidade sexual. Além disso, a perda do controlo da bexiga (normalmente temporário) também pode ser humilhante.

3. Continue a fazer uma alimentação saudável
Acreditamos que um estilo de vida saudável também ajudou numa cirurgia sem problemas e com uma recuperação mais rápida do que era esperado. O Joe, do grupo de apoio, mudou a sua alimentação de forma a incluir bebidas de soja, salsichas e cachorros-quentes de soja e muitos vegetais e frutas. Ele acredita que isso o tem ajudado a recuperar e que tem evitado que o seu cancro reincida.

4. Ajude os outros; partilhe o que aprendeu
Apoie outros homens ao partilhar os seus conhecimentos e experiência. Isso também poderá ajudá-lo a compreender melhor a sua própria recuperação e os diferentes métodos de enfrentar o problema e de cura. Ainda achamos que os grupos de apoio nos ajudam.

5. Procure manter-se actualizado
“A nossa compreensão da biologia do cancro da próstata e os conhecimentos do que faz a célula de um tumor reagir agressivamente, explodiu,” diz o Dr. Kozlowski. “Novas abordagens estão eminentes. Utilizar a nossa compreensão do genoma humano está agora a começar a ser traduzido para um tratamento potencialmente eficaz. Há, actualmente, mais incentivos, mais dinheiro para investigação, e é uma doença muito mais conhecida do que antes. É uma boa era para o cancro da próstata.”

Os especialistas afirmam que um estilo de vida saudável, testes regulares, investigação profunda, sentido de humor e muito amor nos ajudaram a lidar eficazmente com o cancro da próstata. Se é um homem de 40 anos ou mais ou se o seu marido, irmão, pai ou amigo tem mais de 40 anos ou uma história de cancro da próstata na família, dê os passos necessários para reduzir o risco. O cancro da próstata pode testar verdadeiramente a intimidade e a força de um casamento. Trabalhando juntos para a prevenção – e o tratamento e a recuperação, se necessário – também pode fortalecer os laços do casal.

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