Alergia ao esperma sêmen – Causas, Sintomas e Tratamentos

Alergia ao esperma ou sêmen é uma realidade que afeta muitas mulheres em todo o mundo, é importante conhecer os sintomas para tratar.

Muitas pessoas desconhecem o problema, contudo a hipersensibilidade ao plasma seminal humano, conhecida popularmente como alergia ao esperma ou sêmen ou simplesmente alergia ao sexo, é uma reação alérgica que apesar de não ser muito comum é uma realidade e pode surgir em mulheres que denotam uma reação alérgica após ter contato com algumas proteínas presentes no sperma.

Geralmente os sintomas deste tipo de alergia costumam surgir logo após o ato e o contacto. As ditas reações podem ficar apenas restritas à região da vagina ou se estenderem por todo o corpo.

O que é a alergia ao esperma ou sêmen?

O fluido seminal contém os espermatozoides e o plasma seminal, um líquido rico em proteínas, enzimas, substâncias alcalinas, açúcares e muco. Por norma aquilo que provoca a alergia são as proteínas que existem no plasma seminal.

A reação de hipersensibilidade ao plasma seminal é bastante rara, ocorre quase que exclusivamente em mulheres e não é específica para um determinado parceiro. A mulher que tem alergia ao esperma desenvolve uma reação ao contato com as proteínas de qualquer plasma seminal, por esse motivo trocar de parceiro não resolve a situação.

Contudo, a alergia pode parecer específica para um parceiro concreto, pois a alergia pode surgir apenas vários anos após a mulher ter iniciado a sua atividade sexual.

A grande maioria das mulheres que padecem deste problema detectam com idades entre 20 e 30 anos, mas há casos em que alergia ao sêmen surge muito mais tarde, existem casos em que surge depois dos 50 anos. Por outro lado é também possível que essa hipersensibilidade apareça na adolescência, logo na primeira relação sexual da vida da paciente.

Esta é uma alergia que os especialistas consideram difícil de quantificar, é muito provável que seja mais comum do que se imagina, pois o problema parece pouco diagnosticado porque muitas mulheres sentem-se inibidas de dizer ao médico ou ao parceiro que têm alergia ao sexo. Além disso, é por vezes uma alergia diagnosticada de forma errada como uma inflamação da vagina de origem infecciosa, pois os sintomas podem ser bastante parecidos, por exemplo, com os de uma vaginite. Muitas mulheres passam anos tratando um suposta infecção, quando na realidade o que elas padecem é de uma alergia ao esperma.

Fatores de risco

Os dados apontam que mais de 80% das mulheres que padecem deste tipo de hipersensibilidade, possuem um histórico de alergias mais comuns, como asma, dermatite atópica, urticária ou rinite alérgica. Há porém, casos de mulheres sem outras alergias.

Entre os fatores de risco já reconhecidos, podemos citar:

  • Ficar longos períodos sem ter relação sexual.
  • Menopausa
  • Uso de DIU (leia: DIU de Cobre e DIU Mirena – Anticoncepcional Intrauterino).
  • Histerectomia (retirada cirúrgica do útero).
  • Parceiro vasectomizado
  • Parceiro com história de retirada parcial ou completa da próstata (prostatectomia).

Sintomas da alergia ao esperma ou sêmen:

Normalmente a reação ao esperma surge dentro de 30 minutos após a ejaculação, e os sintomas costumam ter uma duração de 2 até 24 horas, apesar de haver casos com durações diferentes. Cerca de 70% das mulheres têm uma reação alérgica generalizada (pelo corpo), e as 30% restantes, a reação é apenas local e fica restrita à região da vagina e vulva.

Em 10 a 15% dos casos, a reação alérgica é tardia, surgindo apenas várias horas após a relação sexual. Esses são os casos que mais facilmente podem ser confundidos com vaginites de origem infecciosa.

Na vagina,  sintomas incluem ardência, sensação de calor, inchaço, vermelhidão e coceira. Os sintomas locais demoram mais a desaparecer e podem durar alguns dias.

Entre os sintomas sistêmicos, os mais comuns são a urticária, rinite, inchaço nos lábios, conjuntivite alérgica e dificuldade respiratória. Mulheres com reações sistêmicas também costumam ter reações locais na região vaginal.

Outros sintomas a ter em conta são as reações anafiláticas potencialmente fatais, com é o caso da hipotensão arterial e colapso cardiovascular. Estes tipos de reações ocorrem geralmente numa diminuta minoria das mulheres e até hoje não foi descrito nenhum caso de morte por este tipo de alergia.

Tratamento da hipersensibilidade ao esperma

Os casos mais leves podem geralmente ser prevenidos com a toma de um comprimido anti-histamínico (antialérgico) alguns minutos antes do início da relação. Contudo este tipo de medicamentos, não funcionam nos casos mais graves.

Os especialistas dizem que a melhor forma de lidar com a hipersensibilidade ao plasma seminal é com o uso frequente de preservativo, que é a forma mais efetiva de evitar o surgimento dos sintomas visto que evita o contato direto do esperma com a mucosa vaginal. É extremamente recomendado que o preservativo seja colocado antes do início da atividade sexual, pois o líquido pré-ejaculatório também pode desencadear a reação alérgica.

O preservativo é eficaz, porém não resolve o problema das mulheres que querem engravidar. Nestes casos, o tratamento a fazer é a dessensibilização ao esperma. Este tratamento consiste numa repetida aplicação intra-vaginal ou subcutânea de pequenas e diluídas amostras do plasma seminal, de forma a ir acostumando o sistema imunológico ao antígeno. Pode ser comparado a vacinas, sendo que a via subcutânea costuma ter melhores resultados.

Mas atenção que este tipo de tratamento só deverá ser feito por um imuno-alergista e em ambiente hospitalar apropriado para atender de imediato uma reação anafilática, em caso desta surgir. O processo de dessensibilização ao esperma é muito semelhante aos processos de dessensibilização a outros alergénios.

Fertilidade

Apesar de ser uma alergia muito incómoda, principalmente para as mulheres sexualmente ativas, este tipo de alergia não provoca infertilidade. As mulheres que padecem de alergia ao semen conseguem por geralmente engravidar normalmente, a não ser que tenha algum outro problema de fertilidade.

A complexidade maior a este respeito encontra-se nos casos das mulheres que já desenvolveram uma reação mais grave ao sêmen e, compreensivelmente, não querem arriscarem mais exposição ao esperma nem estão aptas a fazer o tratamento de dessensibilização. Em casos assim, a gravidez só é possível por meios artificiais, como é o caso da fertilização invitro  ou inseminação artificial.

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