Aposte na auto-estima

Aprenda a incrementar a sua auto-estima

Você não é do tipo complexado mas, por vezes, tem dificuldade em dizer o que lhe vai na alma ou, simplesmente, em pronunciar um não. Para aprender a afirmar-se, siga os nossos conselhos.

Amélia, 32 anos, é o que se chama uma «boa amiga». Sempre pronta a ajudar os amigos, há tempos aceitou tomar conta de três crianças, enquanto os pais passavam um óptimo fim-de-semana no Norte. «Tinha outros projectos, mas ela é uma grande amiga minha e não consegui dizer-lhe que não.»

Mulheres assim, muito simpáticas, demasiado simpáticas, acabam por vezes no psicólogo. «A falta de auto-confiança pode traduzir-se de formas muito diversas: dificuldade em falar em público, incapacidade para comer ou falar ao telefone se alguém estiver a olhar. O ponto comum é a importância dada ao julgamento dos outros, o que impede que nos afirmemos, que sejamos nós próprios», afirma Catherine Musa, psicóloga. Esta falta de confiança custa a Teresa uma fortuna na mercearia: mesmo quando apenas precisa de uma garrafa de leite, não consegue resistir a comprar um monte de produtos inúteis.

Medo de falhar

Existem também pessoas que, embora parecendo muito seguras de si, sofrem, na realidade, de falta de confiança. Uma colega que nos está sempre a atirar em cara o seu longo currículo de êxitos profissionais – ou amorosos – sofre, na realidade, de uma necessidade enorme de se afirmar.

Alguém que está sempre a pôr em evidência as suas excepcionais capacidades é porque não está muito seguro delas. Precisa do olhar dos outros para existir. E esta atitude é realmente um sinal de falta de auto-confiança.

O medo de incomodar pode ser muito inibidor. Arriscamo-nos a sentir-nos atraídas por homens que nos desvalorizam, do género dos que estão constantemente a criticar, ou do tipo sedutor sempre prontos a enganarem-nos.

O que só confirma a ideia de que se é verdadeiramente «uma nulidade», já que somos incapazes de manter uma relação. No trabalho, isto traduz-se muitas vezes na incapacidade para assumir responsabilidades. Se não se mostrar um pouco de inicitativa, nunca ninguém se lembrará de nós para um lugar interessante. Pelo contrário, continuaremos eternamente a ser «pau para toda a obra», eficazes mas demasiado discretas.

Um verdadeiro círculo vicioso, que é possível romper se enfrentarmos os problemas em vez de os evitar. O essencial é compreender que a temida catástrofe não acontecerá. Não, você não será necessariamente julgada ou rejeitada. Não arrisca nada, por isso, avance.

Seja atrevida

No campo das relações amorosas, tente ser razoável.

Exemplo: o que poderá perder ao abordar um rapaz simpático numa festa? Se ele se afastar ao fim de alguns minutos, isso não significa que você é uma «desgraça». Ele pode apenas ter visto um amigo ou ter precisado de ir à casa de banho.

Na pior das hipóteses terá conversado com um desconhecido durante alguns minutos. Na melhor, terá conhecido alguém interessante. Sobretudo, decida-se rapidamente. Atire-se logo à água, é mais natural e bem mais fácil.

Por último, nunca se desvalorize nem dê de si uma imagem negativa: arrisca-se a que os seus amigos acabem por concordar consigo.

Aprenda a impor-se

Enfrentar um problema, por vezes quererá dizer «arranjar sarilhos» para que tudo corra melhor a seguir. Assim, se falar em público a atemoriza, tente intervir, progressivamente, nas reuniões de trabalho. Comece por mostrar-se atenta fazendo pequenos movimentos de cabeça, por exemplo. Na reunião seguinte coloque uma questão depois de a ter preparado convenientemente. Conseguirá fazer valer, pouco a pouco, as suas opiniões.

Um conselho: não multiplique grandes decisões para a altura do regresso de férias. Tente não se impor uma dieta draconiana, e ainda deixar de fumar, e ainda ir à piscina. Ao ser demasiado exigente consigo expõe-se mais ao fiasco das suas boas intenções.

Prefira experimentar os pequenos exercícios práticos propostos pelos terapeutas: compre apenas uma garrafa de água no supermercado e peça para a deixarem passar à frente na caixa.

Entre num café «da moda» e enfrente o olhar dos habituées. Experimente uma dúzia de roupas numa loja e vá-se embora sem comprar nada. A empregada talvez a fulmine com o olhar, mas você terá conseguido um pequena vitória sobre si mesma.

Qual a origem da falta de auto-confiança?

A auto-confiança ganha-se ao longo do nosso desenvolvimento como seres humanos. Todos nós precisamos dela para crescermos e desempenharmos os vários papéis que nos vão sendo exigidos na vida.
É importante que a auto-confiança seja adquirida em criança, para podermos ser adultos confiantes e seguros.

Os pais e as pessoas que são investidas afectivamente pela criança são responsáveis pelo desenvolvimento deste atributo. Os pais devem, desde sempre, encorajar e transmitir à criança a ideia que ela é capaz de resolver com sucesso o desempenho que lhe é exigido, desde que adequado para a idade da mesma.

É importante que os pais verbalizem e lhe mostrem as qualidades e os atributos físicos e psicológicos que tem.
Normalmente, as crianças verbalizam mais os aspectos negativos do que os positivos.

Ao mesmo tempo, os pais devem-nas encorajar e ajudar a ultrapassarem situações em que se sintam menos seguras. Verbalizações do género: “És um incapaz” ou “não serves para nada”, são catastróficas para o ego de qualquer criança.

Pode ter consequências graves?

Normalmente tem. A falta de auto-confiança contribui para formar crianças e adultos inseguros e medrosos. Cria pessoas que desconhecem as suas potencialidades e não as desenvolvem. Contribui para o falhanço dos desempenhos escolares, profissionais e familiares. Um adulto sem auto-confiança também não pode ajudar a desenvolvê-la nos filhos.

Essas pessoas nunca vão poder ter uma atitude optimista perante a vida.

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