Como usar a inteligência emocional para melhorar a sua vida

A Vantagem do Q.E.

Claro que o seu Q.I. é importante… mas o seu Q.E. ainda o é mais.

Há cada vez mais evidências de que o seu Q.E., ou inteligência emocional, desempenha um papel central na qualidade dos seus relacionamentos, na sua carreira e na sua vida em geral. Por isso, em vez de enaltecer o seu Q.I., chegou o momento de focar a sua atenção num tipo diferente de inteligência.

O que é o Q.E.?

Todos já ouviram falar de Q.I., ou quociente de inteligência. Mas uma outra medida da inteligência é o Q.E., ou quociente de inteligência emocional. O Q.E. é a medida de características que a pesquisa confirmou que são importantes para uma vida de sucesso e feliz. As pessoas que têm um Q.E. elevado têm controlo sobre os seus impulsos e sobre as suas emoções.

São confiáveis, honestas, conscientes, seguras e responsáveis. São flexíveis e capazes de se adaptar à mudança. Também são abertas à crítica construtiva, à inovação, às ideias novas, a novas perspetivas e à informação. Além disso, as pessoas que têm um Q.E. elevado têm noção dos limites das suas capacidades e têm expectativas razoáveis.

Está demonstrado que a inteligência emocional ajuda as pessoas a pensarem com mais clareza, a comunicarem com mais eficácia, a reduzirem as declarações extremistas e a desenvolverem unidade em ambientes de grupo.

Quais são os elementos-chave do Q.E.?

Há cinco componentes básicos da inteligência emocional:
— Conhecer as nossas emoções.
— Gerir as nossas emoções.
— Reconhecer as emoções nos outros.
— Gerir relacionamentos.
— Motivar-nos a nós mesmos para alcançar objetivos.

De notar que a palavra “emoção” é o ponto central de três dos cinco componentes. Se tirarmos o “e” de “emoção” ficamos com “moção”, que está relacionada com motivação (fatores que ativam, dirigem e mantêm um comportamento voltado para objetivos). A íntima relação entre Q.E. e motivação é a principal razão pela qual um alto Q.I. não garante automaticamente uma vida de sucesso. A motivação, que tem tudo a ver com Q.E., é um componente fundamental do êxito e do sucesso.

O sucesso é mais determinado pelo Q.I. ou pelo Q.E.?

Geralmente considera-se que as pessoas com um Q.I. alto têm mais probabilidades de sucesso, mas nem sempre são as melhores. Ao mesmo tempo, outras pessoas com resultados académicos medíocres progridem até se tornarem extraordinários casos de sucesso no mundo profissional.

Embora o Q.I. possa contribuir com 20% para os fatores que determinam o sucesso na vida, os restantes 80% (e, nalguns casos, ainda mais) são determinados por outras forças. Por outras palavras, a enorme maior parte do nosso sucesso final na vida é determina por fatores não ligados ao Q.I..

Um estudo feito com pessoas formadas em Harvard nas áreas da lei, da medicina, do ensino e da gestão apoia esta conclusão, ao descobrir que os resultados dos exames de acesso (que indicariam o Q.I.) não tinham qualquer relação com o eventual sucesso na carreira.

Dito de forma simples, o sucesso na vida baseia-se muito mais no Q.E. (quociente de inteligência emocional) do que no Q.I. (quociente de inteligência). Emoções descontroladas podem fazer com que mesmo as pessoas mais inteligentes se comportem de maneira que, simplesmente, não é muito inteligente.

De que forma o Q.E. influencia a carreira profissional?
Embora o primeiro emprego que tenhamos esteja, provavelmente, diretamente relacionado com o nosso Q.I., a progressão que teremos nesse emprego está muito mais relacionada com o nosso Q.E.. Muitas vezes, as pessoas com um Q.I. elevado não entendem isto.

Pensam que a razão para terem sido preteridas numa promoção é que o resto do mundo não tem inteligência suficiente para reconhecer o seu Q.I.! Muitas vezes sentem-se defraudadas e que a vida é injusta.

A verdade é que os empregadores reconhecem a inteligência nas decisões relativas a uma promoção. Mas a inteligência que é reconhecida é a inteligência emocional.
No local de trabalho, as pessoas com um Q.E. elevado compreendem as suas emoções e conseguem expressá-las, controlá-las e geri-las.

Geralmente têm noção dos sentimentos e das perspetivas dos outros e compreendem mais facilmente a dinâmica de grupo. Também é mais provável que se motivem a si mesmas para alcançar objetivos e para manter uma atitude positiva mas realista.

Como resultado, frequentemente recebem promoções mais rapidamente do que aquelas que têm um Q.I. mais elevado. Essencialmente, as pessoas com um grande Q.E. veem “o quadro geral” e evitam montanhas russas emocionais.

 

Texto: Neil Nedley

Médico

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