Infeções parasitárias nos bebés e crianças

As crianças podem sofrer infeções provocadas por parasitas em qualquer idade!

As crianças experimentam o mundo através da boca e, desta forma, facilitam o contágio de algumas infeções.
As lombrigas são os parasitas mais comuns. Embora a maioria das infeções intestinais, provocadas por parasitas não seja considerada grave, aos primeiros sintomas os pais devem informar o pediatra para que a infecção possa ser atacada precocemente.
As crianças que frequentam as escolas e os infantários podem mais facilmente sofrer o contágio. O contágio é rápido e simples e nada se pode fazer para o evitar. O parasita mais habitual neste tipo de infecções é o Oxiúros, um pequeno verme com pouco mais de 4 mm que provoca uma, quase incontrolável, comichão ao redor do ânus que se vai intensificando gradualmente.
Uma criança que esteja infetada pode facilmente contagiar outras se não forem tomadas as medidas preventivas adequadas.

O contágio

Numa sala de um infantário onde se podem encontrar cerca de uma dúzia de crianças a brincar, basta que um pequenito infetado coce o rabinho e não lave de imediato as mãos.
Se com a mão contaminada agarrar um brinquedo que partilha com as restantes crianças, os minúsculos ovos do parasita passam da sua mão para o brinquedo. Quando uma outra criança pega o brinquedo e o leva à boca, pode estar a ingerir os ovos do parasita e, desta forma, pode ficar também infetada.
Mas podemos encontrar ainda outras formas de contágio. Se o infantário dispõe de um espaço exterior, é normal que a criança tenha a tentação de ir brincar para a areia ou para a terra, o local preferido para este parasita se esconder após dejetado por algum animal.
Enquanto brinca, a criança poderá levar as mãos à boca e ingerir os seus ovos. Também a deficiente lavagem de alguns alimentos como as verduras e as frutas são uma forma de contágio. Para que tal não aconteça, é necessário que os alimentos sejam muito bem lavados antes de serem servidos, especialmente quando servidos crus. As saladas e as frutas devem ser sempre muito bem lavadas.
Nas meninas há o risco dos Oxiúros passarem para a vagina, podendo provocar inflamações vaginais que devem ser de imediato observadas pelo pediatra

Oxiúros versus lombrigas

Os Oxiúros são pequenos parasitas que se instalam no intestino delgado e no ânus da criança e que provocam mal-estar. Estes minúsculos vermes medem aproximadamente 4/5mm, o que torna a sua deteção muito difícil, podendo passar inclusive, despercebidos.
Para além da comichão ao redor do ânus, existem outros sintomas como dores abdominais provocadas por gases e a prisão de ventre provocada pela alteração da flora intestinal e das funções normais do intestino.
A criança pode de repente apresentar inapetência. Além destas alterações, a criança pode ainda ter crises de choro e dificuldade para conciliar o sono.
Nas meninas, a infeção por oxiúros pode provocar comichão vaginal e irritação. Os ovos podem sobreviver fora do corpo até 3 semanas à temperatura ambiente normal. No entanto, no ânus podem abrir-se rapidamente e as jovens lombrigas podem retroceder novamente para o reto e chegar ao intestino inferior.

Mais parasitas

Existem, para além das vulgares lombrigas, outros parasitas que também podem afetar as crianças. Entre os mais comuns destacam-se:

As Ténias

Estes vermes podem chegar a atingir um metro. Dispõem de autênticos “ganchos” com que se fixam nas paredes do intestino. A ténia mais conhecida é a “solitária” e o contágio dá-se através do consumo de carne de porco mal passada ou crua, ou através de verduras e frutas contaminadas.
Os sintomas da infeção são fáceis de identificar, já que a criança apresenta dores abdominais e náuseas que só passam comendo. Para além disso, a criança apresenta emagrecimento, inapetência e irregularidade nas funções intestinais. Pode também sofrer de dores de cabeça, insónias e irritabilidade.
Quando o médico desconfia da presença deste parasita, realiza algumas análises às fezes. Caso as análises confirmem a existência da ténia, o médico prescreverá um medicamento para a eliminar. Os medicamentos têm como função provocar o despreendimento da ténia e a sua expulsão.

As Áscaris Lumbricóides

São lombrigas que podem alcançar 20 cm de comprimento e que também habitam o intestino delgado. Quando se alojamno intestino, podem passar as suas larvas para o sistema sanguíneo, chegando a alcançar alguns órgãos vitais como o coração, os pulmões ou o fígado.
Os principais sintomas desta infeção são as dores abdominais localizadas, os vómitos e a inapetência mas, caso consigam alcançar os órgãos respiratórios podem inclusive provocar infeções graves como as pneumonias. Quando o médico desconfia da presença deste parasita pode efetuar análises às fezes e ao sangue. Quando identifica o parasita, prescreve medicamentos para que a sua eliminação seja o mais rápida possível.
As crianças experimentam o mundo através da boca e, desta forma, facilitam o contágio de algumas infeções

Prevenção ao contágio

Embora não se consiga evitar o contágio quando as crianças frequentam as escolas ou os infantários, os pais sempre que tiverem a confirmação do médico em como a criança está infetada, devem avisar os educadores para que estejam atentos ao comportamento do seu filho e dos colegas que possam ter sido eventualmente os transmissores ou também contaminados.
As medidas de higiene com a criança contaminada devem ser extremadas, os seus brinquedos lavados diariamente com água e lixívia e a sua roupa deve ser apartada da dos demais e lavada a temperatura superior a 60º C porque os ovos destroem-se ao serem expostos a temperaturas superiores aos 55º C durante alguns segundos. Os pais devem também mudar diariamente a roupa interior da criança e a da cama. Toda a roupa deve ser bem engomada, porque esta é também uma forma de ajudar a controlar a infeção.
Após o tratamento, a casa deve ser aspirada durante vários dias consecutivos, para eliminar os ovos dispersos pelo chão, alcatifas, cortinas e tapetes, considerando que os ovos poderão viver fora do seu habitat cerca de três semanas.
Texto: Maria Martins
Revisão científica: Drª Isabel Paz, Pediátra

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