Começar a dar alimentos sólidos ao bebé
O desafio de começar a dar alimentos sólidos ao seu bebé deve ser encarado com naturalidade.
No que respeita à alimentação de um bebé, o aleitamento materno exclusivo até aos seis meses de vida é, sem dúvida, a melhor opção. Após essa idade, a alimentação do bebé deve ser complementada com nutrientes de outros alimentos, mesmo que ele ainda esteja a ser alimentado ao peito.
Quando chega a altura de introdução alimentar, é muito comum surgirem dúvidas, dificuldades, os receios e anseios por parte dos pais. Nessa fase, é fundamental manter a calma e ter consciência de que, além de apresentar à criança novos sabores e texturas, os pais têm a oportunidade e a responsabilidade de ajudar a construir práticas saudáveis que serão levadas por toda a vida.
Ao atingir seis meses, a criança vai começar a receber alimentos complementares: as papas de frutas e as papas salgadas. São alimentos especialmente preparados para crianças pequenas, que devem conter: cereais, tubérculos, frutas e legumes.
A consistência deve ser pastosa e não há necessidade de passar na peneira ou no liquidificador; eles podem ser amassados com o garfo. A consistência deve ser gradativamente aumentada com o passar da idade, para que, com 10 ou 12 meses, o alimento tenha a consistência mais parecida com a da comida da família, desde que amassado, desfiado, picado ou cortado em pedaços pequenos.
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A melhor forma de escolher
Para o crescimento e a manutenção da saúde da criança, é essencial o consumo de alimentos variados em quantidades adequadas. Alimentação variada e colorida. Para ajudar na formação do paladar, é necessário apresentar à criança novos sabores, variando os alimentos, a consistência ou a forma de preparo.
Diariamente, devem ser oferecidos alimentos de diversos grupos e deve-se variar os alimentos dentro de cada grupo. A oferta de alimentos diferentes, durante as refeições, como frutas, legumes, cereais e tubérculos, vai garantir o suprimento de todos os nutrientes necessários ao crescimento e desenvolvimento normais.
O consumo de dietas altamente calóricas pode limitar a ingestão de uma dieta variada, saciando rapidamente a criança, o que impede a ingestão de outros alimentos.
Os progenitores devem estimular as crianças desde bem cedo a comer diariamente cereais, frutas, verduras e legumes nas suas refeições, visto que esses alimentos são importantes fontes de vitaminas, cálcio, ferro, fibras e demais nutrientes.
Para temperar os alimentos recomenda-se o uso de cebola, alho, óleo, azeite e temperos como cebolinha e salsa. Frituras e açúcar devem ser evitados ao máximo, pois o uso em excesso pode causar sérios problemas de saúde no futuro.
O sal também deve ser consumido com muita moderação. Nos primeiros anos de vida (e sempre, na verdade), deixe de lado café, enlatados, refrigerantes, rebuçados, salgadinhos, temperos prontos e outras guloseimas. O ideal é que a criança receba refeições frescas.
As papas prontas devem ser evitadas ou usadas em situações em que os responsáveis estejam impossibilitados de preparar e levar a comida da criança, ou saibam que não encontrarão opções saudáveis para lhe dar, como, por exemplo, durante uma viagem de carro ou de avião.
No entanto, é importante prestar atenção à lista de ingredientes e escolher sempre as papas que não contenham conservantes ou outros produtos químicos. Uma opção é preparar puré de fruta seca em recipientes com volume calculado e congelar.
Durante as viagens não muito longas, o puré descongelará naturalmente e poderá ser servido à criança em temperatura ambiente.
Aceitação e Rejeição dos alimentos pela criança
É muito comum que as crianças rejeitem os alimentos nas primeiras ocasiões em que lhes são oferecidos, já que tudo é novo: a colher, a consistência e o sabor. Esse comportamento manifesta-se bem cedo, a partir dos seis meses. Há crianças que se adaptam facilmente e aceitam muito bem os novos alimentos.
Outras levam mais tempo, não devendo esse facto ser motivo de ansiedade e angústia para os pais. Frequentemente, a criança não vai gostar do alimento nas primeiras vezes em que lhe é oferecido, mas é importante continuar a oferecer outras vezes até que se acostume com o paladar. Geralmente, são necessárias de oito a dez exposições a um novo alimento para que a criança o aceite.
As crianças pequenas aprendem a gostar de alimentos que lhes são oferecidos com frequência, e elas passam a gostar dos alimentos da forma como lhes foram apresentados inicialmente. Os alimentos novos oferecidos à criança não devem ser muito doces nem muito salgados.
A tendência da criança é acostumar-se com um certo nível de açúcar ou sal nos alimentos e rejeitar outras formas de preparação. Outra boa e importante dica é misturar os vegetais em outros alimentos que a criança aceite melhor. Por exemplo, cozinhar brócolos com arroz, colocar vegetais bem picadinhos numa torta salgada ou fazer sumo de maçã e cenoura. Há estudos que apontam para que as crianças amamentadas aceitam mais facilmente alimentos novos, possivelmente porque foram expostas a grande variedade de sabores por meio do leite materno.
A criança pequena alimentada com aleitamento materno exclusivo em livre demanda, desde cedo desenvolve a capacidade de auto-controlo sobre a ingestão de alimentos, aprendendo a distinguir as sensações de fome, após o jejum, e de saciedade, após a alimentação. Isso permite que a criança nos primeiros anos de vida tenha auto-controlo sobre a quantidade de alimento que consome em cada refeição e os intervalos entre as refeições.
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Hidratação
A ingestão de líquidos é muito importante para manter a hidratação do corpo e o bom funcionamento do trânsito intestinal da criança. Além de dar o exemplo, os pais devem providenciar copos, canecas ou garrafas atraentes e adequados para a idade.
A tabela apresenta a quantidade de água recomendada pela Dietary Reference Intakes (DRI) em diferentes faixas etárias. Essa recomendação refere-se ao consumo total de líquidos. Uma alimentação que contenha quantidades adequadas de alimentos frescos, como frutas e vegetais, fornece parte dessa necessidade diária. O restante é reposto por água pura, sumos naturais ou tisanas.
Devemos sempre procurar evitar a utilização de açúcar ou adoçantes para adoçar as bebidas. A hidratação é fundamental, mas algumas crianças não gostam de beber água. Nesse caso, os pais podem recorrer a algumas táticas, como oferecer várias vezes ao dia pequenas quantidades de água fresca e deixar uma garrafa ou um copo com água próximo à criança. Existem copos e canecas antivazamento que podem ser deixados ao alcance dos pequenos, incentivando-os a tomar água ao longo do dia.
Outra boa dica é colocar palhinhas no copo torna a bebida mais divertida e atraente. Os sumos naturais podem ser aliados na hidratação. Devem ser diluídos em grande quantidade de água para não extrapolar a necessidade diária de hidratos de carbono vinda das frutas e do açúcar, caso seja adicionado, o que desequilibra o consumo de nutrientes da criança.
Durante as refeições, as bebidas precisam de ser controladas, pois a criança facilmente troca a refeição por sumos. A capacidade gástrica da criança é pequena; se ingerir muito líquido, ela não conseguirá comer toda a refeição.
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