Quanto custa ter um filho? Já parou para fazer contas?

Ter um filho não é um projeto que se tome de ânimo leve, muitas pessoas param para pensar quanto custa ter um filho nos dias de hoje.

Vamos aqui abordar de forma simples mas concreta este assunto, para ajudar os casais a fazer esses calculos e analisarem qual a melhor altura para ter um filho planeado, do ponto de vista económico. Este ponto de vista não é fulcral nem é o mais importante, mas deve ser tido em conta sempre.

A influência da crise económica no planeamento familiar.

Os apoios do Governo.

Qualquer casal antes de tomar a decisão de constituir família ou de a aumentar, avalia os prós e os contras dessa atitude.

Ter um filho quando as dificuldades económicas surgem a toda a hora, quando o emprego pode “fugir” a qualquer momento e quando ninguém pode fazer contas ao dia de amanhã, é ainda um projeto mais difícil de realizar.

Todos sabemos que os últimos anos têm sido difíceis para a maior parte dos jovens casais e até para toda a população em geral e que só os ricos vão ultrapassando incólumes a crise.

Por tudo isto é notório que em Portugal o índice de natalidade vá decrescendo anualmente.

Segundo as estatísticas do INE, em Portugal no ano de 2009 não chegaram se quer a nascer 100.000 crianças. Também sabemos que cada vez a idade das mães na altura de terem o primeiro filho aumenta, advindo daí que a maioria das famílias não venha a ter um segundo filho.

Os casais que querem mesmo ter um filho, têm esperança em dias melhores e com alguns sacrifícios arriscam a maternidade

Como enfrentar a crise

Pese embora a conjuntura atual, a verdade é que todos os casais têm o direito a constituir família e aos seus descendentes.

Se em boa verdade os tempos são difíceis, quem deseja ter um filho terá de equacionar entre levar uma vida mais simples e cortar em alguns bens não essenciais como por exemplo, possuir 2 automóveis, viver num condomínio de luxo, ou passar as férias no estrangeiro, entre outros pseudo-luxos.

Esperar por tempos melhores para ter um filho, vai certamente levar a que a maternidade se vá arrastando ao longo dos meses ou dos anos.

Esperar que brevemente a vida e a economia se equilibrem é neste momento futurismo. Então como iniciar o longo caminho da maternidade?

Fazer um bom orçamento familiar é a primeira medida. Nesse orçamento devem constar todos os custos imprescindíveis e um plano para que, alguns deles possam diminuir.

Nos imprescindíveis teremos:

Pagamento de empréstimos (casa ou carro)
Alimentação
Água, electricidade, gás
Transportes
Saúde (medicamentos de carácter obrigatório, consultas ao dentista…)

Ainda nestes – imprescindíveis – poderemos tentar poupar.

Consideremos os transportes. Se vamos de automóvel para o emprego, poderemos fazer uma parceria com um vizinho e alternar com ele as viagens.

Se o automóvel não é imprescindível, utilizemos os transportes públicos.

Se as deslocações obrigam a utilização de transporte próprio, deveremos evitar as horas de ponta para assim não sofrer os horríveis engarrafamentos.

Poderemos encher o depósito de combustível nas bombas com preços mais reduzidos. Deveremos ainda estudar percursos alternativos para evitar o pára-arranca das filas, sempre que seja necessário circular em horas de ponta.

No caso da alimentação, poderemos consultar os habituais folhetos dos supermercados, e aproveitar as promoções é meio caminho andado para emagrecer o orçamento.

Esperar por tempos melhores para ter um filho, vai certamente levar a que a maternidade se vá arrastando ao longo dos meses ou dos anos.

Extras e supérfluos

Cabeleireiro, salão de beleza, cinemas, ginásio, passeios de fim-de-semana, refeições fora de casa, vestuário. Estes poderão ser alguns dos gastos a considerar como extras quando se tem de diminuir o orçamento familiar.

Cabeleireiro: sempre que possível, diminua as visitas ao cabeleireiro. Para manter o cabelo bem tratado, basta um bom corte e uma manutenção caseira com bons produtos.

Salão de beleza: evite! Tente adquirir bons produtos e verá que se manterá bela sem necessidade de os frequentar.

Ginásio: manter a boa forma física é imprescindível até para a maternidade, todavia tente fazê-lo sem grande custo. Frequente um clube perto da sua casa ou do seu emprego, pratique natação, faça caminhadas.

Cinema: vá apenas nos dias emque os bilhetes são mais baratos. Esqueça as estreias. Os filmes não mudam se for vê-los mais tarde.

Fins-de-semana: esqueça as longas viagens. Se habitualmente vai almoçar fora ao fim-de-semana, passe a ir apenas lanchar. Sempre que possível, dê um passeio a pé.

Vestuário: não é necessário comprar roupa nova todas as estações. Aproveite a roupa do ano anterior ou dos anos anteriores. Estar na moda custa caro.

Depois da baixa maternal, há que contar com uma ama ou com uma creche, sempre que não tenha um familiar a quem deixar o seu bebé.

custos de ter um bebé

Planeamento

Agora que tem o seu orçamento estruturado, certamente já pode realmente verificar aquilo em que pode poupar e o que na realidade tem forçosamente de gastar.

Depois deste exercício, terá seguidamente de verificar quanto lhe vai custar ter um filho e se ele se pode enquadrar no seu orçamento.

As despesas com um filho, iniciam-se com o seu enxoval, seguidamente com os custos do parto (que pode ser numa instituição pública), mais tarde, com os custos do pediatra (pode frequentar o Centro de Saúde), alimentação e vestuário.

Depois da baixa, há que contar com uma ama ou com uma creche, sempre que não tenha um familiar a quem o deixar.

Para orçamentar os custos inerentes ao bebé deverá:

Orçamente a roupa que terá de comprar durante a gravidez. Soutiens, cintas, calças e camiseiros. Não se esqueça de que há roupa que cresce com a gravidez.

Verifique os preços de todos os bens (enxoval) que o bebé vai necessitar. Procure valores nas diversas marcas e locais de aquisição. Compare.

Veja se algum dos seus familiares ou amigos têm disponibilidade para lhe emprestar o, berço, a banheirinha, o carrinho de passeio…. Se o conseguir, elimine estes custos do orçamento.

Saiba junto das suas amigas ou no Centro de Saúde qual o pediatra mais competente e acessível, quer no custo das consultas quer em disponibilidade para a atender, muitas vezes, pelo telefone.

Ama ou creche. Verifique primeiro se o seu filho vai ficar bem entregue. Colha opiniões. Em seguida conheça as mensalidades.

Se a instituição tiver transporte próprio, verifique os custos e veja se lhe sai mais barato, tendo em conta o percurso que terá de fazer, que a criança venha no transporte da instituição. Faça contas.

Vestuário. Inicialmente o bebé não vai necessitar de muita roupa pois cresce muito depressa e a roupa vai deixar de lhe servir. Fale com as suas amigas com crianças pequenas. Tente orçamentar os custos por mês.

Alimentação: Durante os primeiros 4 meses, se escolher amamentar o seu bebé, não vai ter custos. Depois, fale com amigas que tenham bebés pequenos e orçamente os custos das papas mensalmente.

Não esqueça mais tarde o leite crescimento. Provavelmente terá de contabilizar ainda a partir dos 4 meses o custo do leite de substituição.

Os apoios do Governo, se até há uns dias poderíamos contar com alguns apoios à maternidade, neste momento em que tudo está em mudança, convém informar-se dos seus direitos no que concerne a abonos ou majorações.

O que era verdade ontem, pode não o ser daqui a uns meses. Ao tentar saber estas informações, não se esqueça que também tem de prestar alguns esclarecimentos, tais como, rendimentos do casal, bens imobiliários, contas bancárias etc, etc.. Depois avalie.

Os anos passam depressa e, muitas vezes, com eles vai-se a oportunidade de criar uma família

As contas não são tudo

Depois de todos os exercícios, é preciso não esquecer que as contas não são tudo. Muitas vezes o desejo de ter um filho e formar uma família sobrepõem-se a quaisquer orçamentos.

Os casais que querem mesmo ter um filho, têm esperança em dias melhores e com alguns sacrifícios arriscam a maternidade.

É bom não esquecer que os anos passam depressa e, muitas vezes, com eles vai-se a oportunidade de criar uma família. A fertilidade diminui de ano para ano e… se a oportunidade se perde, pode também perder-se o sonho.
Faça as sua opções de forma ponderada, mas nunca desista do seu sonho de ter um filho. Importa lembrar que não existem momentos perfeitos para ter um filho, mas qualquer adversidade pode ser contornada se existe vontade.

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