Vitamina C – Micronutriente, saiba tudo sobre esta vitamina

Importância da vitamina C para o nosso organismo.

É sabido que, atualmente, temos muito mais variedades de alimentos do que no passado, mas, por absurdo que pareça, alimentamo-nos pior. Não só comemos mal, como também a qualidade do que comemos deixa a desejar.

Por um lado, os alimentos que compramos são produzidos de forma intensiva, recorrendo a fertilizantes e a pesticidas, para que cresçam mais rapidamente e com melhor aspeto, e acabam por ser colhidos não maduros, ou seja, incompletamente formados e deficitários nos seus elementos nutritivos. As necessidades de consumo a isso obrigam… é o que nos dizem.

Por outro lado, a maior parte da nossa alimentação é feita à base de alimentos pré-preparados, que já passaram por vários processos de refinação, de purificação, de cozedura, de conservação, de intensificação do sabor, e que, por isso mesmo, perderam a sua capacidade nutricional, já que os seus principais nutrientes e a sua fibra lhes são retirados, ou pior ainda, são destruídos nesses processos, e lhes são acrescentados outros (gorduras, açúcares, corantes, conservantes, sal), que são prejudiciais para a nossa saúde.

Isso provoca, como é evidente, carências alimentares, que, depois, precisam de ser compensadas com suplementos, com a junção de nutrientes e, infelizmente, muitas vezes com cuidados médicos.
Um dos elementos mais afetados por todo este processo de produção alimentar pré-preparada é o das vitaminas, e entre elas, uma muito frágil e absolutamente necessária: a vitamina C.

As vitaminas podem dividir-se em dois tipos: as hidrossolúveis (solúveis na água) e as lipossolúveis (solúveis nas gorduras). A vitamina C é hidrossolúvel.

Ao contrário de algumas espécies animais, o ser humano não consegue sintetizar esta vitamina, tornando-se assim essencial, ou seja, deve ser obrigatoriamente ingerida na alimentação. A ingestão regular de alimentos que contenham este nutriente é mais do que uma necessidade, trata-se de uma estratégia inteligente para quem deseja ter uma boa saúde.

Esta vitamina tem duas formas biologicamente ativas – o ácido L-ascórbico e o ácido L-dehidroascórbico.

Fontes alimentares de vitamina C

A vitamina C encontra-se somente nos alimentos de origem vegetal, sejam eles frutas ou hortaliças. Couve-galega, couves-de-Bruxelas, agrião, grelos, couve-flor, kiwi, papaia, couve-lombarda, laranja, limão, morango, tangerina, brócolos, pimento, couve-portuguesa, couve-branca, clementina, nectarina, framboesa, batata-doce, alho-francês, alho, batata e mirtilo, são alguns dos alimentos mais ricos em vitamina C e, logicamente, um deles, pelo menos, não deveria faltar em nenhuma das nossas refeições.

fontes naturais de Vitamina C fruta com vitamina C

Funções da vitamina C

A importância da vitamina C é enorme para a boa manutenção e para o bom funcionamento do nosso organismo. Ela desempenha várias funções:
– É antioxidante, prevenindo a peroxidação dos ácidos gordos polinsaturados e protegendo as membranas celulares da ação prejudicial dos radicais livres.
– Promove a produção de colagénio (substância de natureza proteica intercelular que dá estrutura aos músculos, aos tecidos vasculares, aos ossos e às cartilagens).
– Participa na síntese de ácidos biliares.
– Ajuda na manutenção de um bom estado de saúde ao nível dos dentes e das gengivas.
– Potencia a absorção de ferro (não hem) dos alimentos, sendo portanto importante em situações de anemia.
– Participa na síntese de várias hormonas (exemplo: norepinefrina e dopamina) e neurotransmissores (exemplo: serotonina).
– Participa no metabolismo dos folatos.
– Melhora a resistência a infeções, através do papel que desempenha na atividade dos leucócitos, na produção de interferão, no processo de reação inflamatória e na integridade das membranas mucosas.

Carência de vitamina C

Dada a diversidade das fontes de vitamina C, é difícil haver uma carência deste micronutriente, mas é possível, se a alimentação for muito pobre em vegetais e frutas.

Pode suceder mais facilmente nos idosos e nas crianças. Inicialmente, os sintomas que evidenciam carência desta vitamina são: fadiga, anorexia, sonolência, insónia, irritabilidade, diminuição da função imunitária e petéquias (pontos vermelhos na pele).

A patologia resultante de uma deficiência de vitamina C prolongada denomina-se escorbuto. Esta patologia caracteriza-se pelo “enfraquecimento” das estruturas de colagénio (tecido que liga as células), o que origina hemorragias abundantes e queda dos dentes. O escorbuto infantil provoca malformações ósseas.

Como atua a vitamina C

Tendo um grande poder anti-inflamatório e antioxidante, a vitamina C desempenha o papel de “empregada de limpeza” eficaz, quando se trata de combater os radicais livres e os processos inflamatórios. A sua presença no organismo ajuda a prevenir a formação de tumores, de problemas cardiovasculares e os problemas nas articulações.

Os radicais livres são moléculas que danificam gravemente as nossas células e que acabam com a nossa capacidade de reação contra infeções e inflamações de qualquer natureza. A vitamina C elimina completamente esses agressores e preserva a integridade dos tecidos.
A presença de radicais livres em excesso no organismo cria o ambiente perfeito para o aparecimento de doenças cardíacas, de cancro, do envelhecimento precoce e de condições para o desenvolvimento de quadros de artrite de todos os tipos.

A vitamina C ainda evita a oxidação do LDL, o colesterol mau, que se acumula no interior dos vasos sanguíneos, deixando o sangue gorduroso, o que é uma das causas da formação das temidas placas de gordura que entopem as veias, causando problemas cardíacos e derrames cerebrais.

Vários estudos afirmam que o consumo de, pelo menos, 500mg de vitamina C por dia promove o relaxamento e o aumento do calibre das artérias, um processo conhecido como vasodilatação. Esse processo ajuda a diminuir a pressão arterial, reduzindo assim o risco de ataque cardíaco e de outras doenças cardiovasculares.

Depois de analisar mais de 40 estudos sobre esse nutriente, uma equipa de pesquisadores da Universidade de Nottingham, na Inglaterra, concluiu que baixos níveis de vitamina C no sangue elevam em 12% o risco de asma.

Outros estudos da Universidade de British Columbia, no Canadá, confirmaram que, entre os consumidores de vitamina C, o risco de desenvolver gota, um tipo de inflamação das articulações mais comum entre os homens, foi reduzido de forma notória.

Como estimula a excreção (a eliminação) do ácido úrico, principal agente inflamatório e causador da gota, este nutriente torna-se num dos mais poderosos aliados no combate a essa doença. Os 47 000 homens inscritos no programa de acompanhamento da pesquisa receberam doses elevadas do nutriente: por volta de 1500mg por dia. Esta, no entanto, não é a quantidade recomendada para as pessoas saudáveis.

Mas, para evitar a gota naqueles que tenham uma predisposição para a doença, seria a dose ideal.

Como Manter o Nível Ideal vitamina C

Como dissemos, o nosso organismo não armazena a vitamina C. Logo após ser ingerida, ela percorre as células, como as da pele, das artérias, do cérebro e, claro, do sistema imunitário, para satisfazer as necessidades do organismo. E, depois de participar de uma série de procedimentos e reações químicas, sem perda de tempo, é eliminada pela urina.

O organismo usa apenas a quantidade necessária para funcionar de forma saudável. Isso significa que ingerir doses elevadas de vitamina C, exceto em casos especiais, é puro desperdício, é deitar vitamina C para o lixo.
No entanto, o consumo em excesso desta vitamina pode desencadear alguns efeitos secundários pouco agradáveis, mas é muito raro que sejam problemas realmente graves.
No caso de pessoas que sofram de problemas renais, ou que tenham tendência para a formação de cálculos renais, deve ser exercido muito cuidado na ingestão da vitamina C. O metabolismo desta vitamina resulta em oxalato, uma substância que, em excesso na urina, contribui exatamente para a formação das perigosas pedrinhas.

Excesso de vitamina C:

Esse consumo excessivo pode ainda causar diarreias ocasionais, flatulência (gases), cólicas intestinais, poliúria (aumento do volume urinário), e falsear os resultados em exames para deteção de diabetes feitos a partir da urina (falsos positivos). Em casos mais raros, pode contribuir para a deficiência da vitamina B12.

Mitos sobre a vitamina C

Está provado que ingerir grandes quantidades de vitamina C para afastar gripes e constipações pode ser pura perda de tempo e de dinheiro. Basta ingerir regularmente a quantidade diária.

Na verdade, o organismo, já enfraquecido precisamente pela carência do nutriente, não tem como proteger-se dos radicais livres, que acabam por criar o ambiente perfeito para a proliferação dos vírus, que se irão instalar no nosso corpo. Daí a fácil manifestação das afeções virais. Depois de instalados os vírus, a vitamina C não consegue eliminá-los. Assim, uma ingestão excessiva não é sinónimo de superproteção.

Por isso, se quer proteger-se, basta não abrir a porta aos invasores virais, e isso significa, simplesmente, ter o cuidado de ingerir a dose diária recomendada. Células sadias, livres dos radicais livres, não são um bom “terreno” para a multiplicação de vírus e bactérias nocivas.

No passado, acreditava-se que altas doses deste nutriente melhoravam o desempenho dos atletas, mas, atualmente, novos estudos dizem exatamente o contrário: há fortes indícios de que, na verdade, essa ingestão excessiva possa até contribuir para a diminuição das suas capacidades físicas.

Prezado amigo Leitor, faça da vitamina C uma presença permanente na sua alimentação e a sua saúde será, certamente, beneficiada.

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