Como lidar com a indisciplina na escola?

Como lidar com a indisciplina da criança na escola.

Quando um pai é chamado à escola para uma reunião com os professores, raramente é uma situação confortável ou agradável. Se o motivo da reunião for o comportamento do filho, pode sentir-se posto em causa enquanto pai. Descubra como gerir as queixas dos professores e ajudar o seu filho.

Seguindo a máxima de que em casa educa-se e na escola ensina-se, e se o mau comportamento é o que está em questão, é natural que os pais adotem uma de duas posições: atacam o professor (desvalorizando a situação, pondo-o em causa, contrastando o comportamento que tem na escola com o que a criança apresenta em casa) ou atacam o filho (como é possível que depois de tanto esforço para educá-lo ele tenha um mau comportamento na escola?).

Desta forma, numa primeira instância importa moderar a atitude dos pais quando vão à escola dos seus filhos. De um paradigma em que o professor significava tanto para os pais como para os alunos e era até socialmente uma figura de autoridade, detentora de toda a sapiência e digna de respeito e reverência, temos vindo a assistir nos últimos tempos a uma alteração deste papel.

Os pais, ao sentirem-se atacados nas suas competências parentais, e sendo os filhos também os representantes na sociedade dos seus ensinamentos e códigos de conduta, frequentemente adotam instintivamente uma posição em que se tornam reativos no contacto com o professor que fez a queixa sobre o comportamento disruptivo.

Procure adoptar uma atitude de escuta ativa, tendo em atenção que as regras da escola são necessariamente diferentes às implementadas em casa, dado a aprendizagem que é exigida ao aluno e ao elevado número de discentes presentes em cada sala de aula, e escute com atenção a queixa do professor, tentando perceber o sucedido.

Os comportamentos indisciplinados ou a quebra constante das regras de sala de aula ou da escola podem ter diferentes origens. Um comportamento indisciplinado pode surgir como uma forma de desvalorização da escola quando o aluno tem resultados académicos baixos. A indisciplina surge então como uma defesa do autoconceito do aluno que tenta por esta via não criar uma autoimagem depreciativa sobre si e sobre o seu desempenho, atribuindo ao exterior – à escola – um papel menor na sua vida.

Neste caso importa trabalhar as dificuldades do aluno nas diferentes disciplinas e criar, em conjunto com o corpo docente, estratégias que melhorem o seu desempenho escolar.

Outra estratégia importante será a de os pais se tornarem membros ativos da comunidade escolar. Diferentes estudos apontam que os filhos de pais participativos (sejam estes membros da Associação de Pais ou participantes regulares em reuniões com o diretor de turma que visem monitorizar o desempenho dos seus filhos) tendem a apresentar menos comportamentos disruptivos. Esta ponte entre escola e pais, na verdadeira acepção de Comunidade Escolar, é um foco central para todos os alunos e pais e não somente para os alunos com comportamentos indisciplinados.

Por outro lado, um comportamento indisciplinado pode também ser uma forma de um aluno chamar sobre si a atenção durante as aulas, adquirindo importância perante os seus pares. Tal pode significar que este aluno não encontra em si ou tem tido dificuldade na sua integração social na escola. Importa que os pais percebam como é a relação do aluno com os seus pares, se brinca sozinho nos intervalos ou se é o ultimo a ser escolhido nos trabalhos de grupo ou nas atividades físicas.

É fundamental que os pais ajudem os seus filhos a desenvolver competências sociais, visando as consequências negativas que um comportamento indisciplinado pode ter para a sua vida académica e desenvolvendo com ele outras formas de estar socialmente, valorizando as suas características pessoais, convidando colegas para frequentar a sua casa ou inscrevendo-o num desporto de equipa que facilitará de forma lúdica a interiorização das regras do trabalho em grupo.

Imponha regras e limites claros aos seus filhos

Uma das questões mais prementes que se levantam quando falamos de indisciplina é a dificuldade que existe em impor regras e limites em casa. Nos dias de hoje, existe cada vez menos tempo útil para se estar com os filhos e para muitos pais é, de facto, um desafio que, durante o curto período que estão com eles, tenham que dizer “não”, impor limites ou não aceder aos seus desejos.

O grau de culpabilidade dos pais que não dispõem de muito tempo para os seus filhos é, na verdade, uma condição que leva a que muitas vezes os pais permitam quase cegamente qualquer comportamento dos seus filhos, mesmo aqueles que juraram veementemente antes dos seus filhos nascerem que nunca permitiriam determinado comportamento ou que seriam bastante intransigentes quando determinada atitude ocorresse.

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