Cuidados que as grávidas devem ter no Verão!

O calor extra exige cuidados redobrados por parte da grávida, sobretudo se já está no último trimestre de gestação. Evitar desconfortos e problemas de saúde associados à gravidez no Verão pode passar por medidas muito simples. Está grávida e já tem 10 quilos a mais, por vezes falta-lhe o ar, sente as pernas pesadas e tem tendência para quebras de tensão. E, como se tudo isto não bastasse, agora vem aí o Verão com temperaturas de 35 graus à sombra…

 

A gravidez provoca algumas alterações fisiológicas que podem levar a uma maior tendência para alguns desconfortos. As duas situações que mais afetam as grávidas no Verão, de acordo com o ginecologista-obstetra João Paulo Malta, são por um lado, os edemas e, por outro, as tonturas e desmaios. Estas duas queixas já são, de maneira geral, feitas por algumas grávidas, mas no Verão são situações muito mais frequentes.

gravidez no Verão

Como passar sem estas queixas, então? Quanto aos edemas – inchaço sobretudo nas pernas e pés – há, de acordo com o João Paulo Malta, quatro medidas físicas para os evitar ou atenuar sem recorrer à medicação: “três vezes por dia durante três minutos elevar as pernas em direção ao teto, aumentar a ingestão de líquidos, fazer banhos de água fria nas pernas e recorrer a massagens ou drenagem linfática”. Estas são medidas simples que conferem em muitos casos um importante alívio dos sintomas.

Saiba ainda que, se o seu problema são as tonturas, a principal medida de prevenção é evitar sair de repente de um ambiente refrigerado para o calor da rua, o que provoca um choque térmico que pode levar a esta situação, refere João Paulo Malta, e que é muito importante “no caso de sentir uma tontura, sentar-se ou deitar-se imediatamente: nem que seja no chão!” Isto porque as pessoas têm tendência para tentar chegar ao carro ou outro sítio próximo e o que acontece é que, muitas vezes, não têm tempo: a tontura passa a desmaio e caem, um impacto que pode ter consequências graves tanto para a mulher como para o feto.

A grávida e o sol:

Na altura do verão, uma da pergunta típica da grávida é “Posso apanhar sol, sobretudo na barriga?” A esta dúvida, o obstetra responde sempre às suas pacientes com “pode apanhar o mesmo sol e com as mesmas precauções que poderia se não estivesse grávida!” Ou seja, a futura mãe, como qualquer outra pessoa, deve respeitar os horários seguros de exposição (até às 11h00 e a partir as 17h00) e usar protetor solar, pelo que a grávida que já tinha estes cuidados não precisa de mudar nada.

Assim, embora não levantando grandes problemas do ponto de vista de saúde da grávida, o sol pode levantar sim, problemas do ponto de vista estético. A gravidez é um período durante o qual pode haver várias alterações dermatológicas – desde o aparecimento de estrias, a alterações no crescimento do cabelo, até escurecimento de certas áreas da pele.

De acordo com a Academia Europeia de Dermatologia e Venereologia (EADV), uma das alterações comuns na pele durante a gravidez, é o aumento da pigmentação, especialmente em mulheres de pele escura. Umas das alterações especialmente relacionadas com o sol é o aparecimento de manchas escuras no rosto, popularmente chamadas de “máscara de gravidez”, muito embora o termo médico para as definir seja cloasma gravídico. Segundo a EADV, esta é uma condição que piora com a exposição à luz solar e pode ser reduzida pelo uso de um creme com um fator de proteção solar de 50.

O cloasma gravídico é uma situação benigna que geralmente regride espontaneamente após a gravidez, caso contrário pode ser tratada por um dermatologista através do recurso a medicamentos sujeitos a prescrição médica.

As grávidas e as ondas de calor 

 

A Direção Geral de Saúde (DGS) emitiu, em 2009, recomendações específicas para as grávidas no âmbito das ondas de calor. Uma vez que durante a gravidez a temperatura do corpo já é ligeiramente superior ao valor habitual, os períodos de calor intenso têm um maior impacto. Nestes períodos estão recomendados cuidados especiais com a manutenção da temperatura corporal e com a hidratação, pelo que uma das regras é evitar o esforço ao fazer exercício físico.

 

De acordo com as recomendações emitidas pela DGS, a síntese das medidas gerais de prevenção está sobretudo relacionada com o vestuário, ingestão de líquidos, alimentação, proteção na exposição solar e medidas relacionadas com o descanso e exercício físico que podem ser resumidas da seguinte forma:

ROUPA: Preferir roupas largas e leves, de preferência de algodão, evitando a exposição direta da pele, bem como utilizar chapéu de abas largas e óculos de sol com proteção contra radiação UVA e UVB.

INGESTÃO DE LÍQUIDOS: Assegurar uma boa hidratação, ingerindo, preferencialmente, água e sumos de fruta naturais, sem adição de açúcar e evitando bebidas com álcool, cafeína ou gaseificadas.

ALIMENTAÇÃO: Preferir refeições leves e mais frequentes à base de vegetais, saladas e frutas bem lavados.

EXPOSIÇÃO SOLAR: Limitar dentro do possível a exposição solar, sobretudo nos períodos mais quentes do dia (entre as 11 e as 17 horas) e utilizar um protetor solar hipoalergénico com um índice de proteção elevado (igual ou superior a 50).

DESCANSO: Descansar e dormir com os membros inferiores ligeiramente elevados no caso de edema, se não tiver um local climatizado onde descansar pode reduzir a temperatura ambiente colocando no quarto garrafas de água gelada (em locais elevados e à cabeceira).

EXERCÍCIO FÍSICO: Durante os períodos de calor intenso a regra é evitar o exercício físico. Caso queiram ainda assim fazê-lo devem preferir os períodos mais frescos do dia ou optar por locais climatizados, garantir a hidratação adequada, monitorizar a pressão arterial e valorizar sinais com tonturas, fadiga crescente e aceleração ou irregularidade dos batimentos cardíacos, interrompendo o exercício caso ocorram.

É importante que a grávida e as pessoas à sua forma estejam conscientes sobre estes sinais de alerta – aumento significativo da temperatura corporal, cansaço extremo, tonturas, respiração ofegante ou com boca e garganta secas. Nestes casos, a recomendação da DGS para quem estiver na presença de uma grávida com este sintomas passa por levá-la para um local fresco, oferecer-lhe água, aplicar toalhas húmidas caso a temperatura corporal esteja elevada e procurar ajuda médica (112, saúde 24, chamar um médico ou recorrer a uma urgência hospitalar.)

Tendo alguns cuidados básicos o mais provável é que os desconfortos típicos do verão lhe passem ao lado. E, evitando este lado mais negativo, vai sobrar o melhor do verão, porque afinal a gravidez nesta altura também tem as suas vantagens. Repare: toda a questão do vestuário é bem mais prática e pode mostrar orgulhosamente a sua barriga, tem férias para descontrair, estar ao ar livre, fazer praia e tomar refrescantes banhos de mar e, além disso, o bebé vai nascer numa altura ótima para dar passeios com ele.

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